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O romance "O Cortiço" de Aluísio Azevedo gira em torno da vida de um cortiço carioca. O ambiente é retratado como local de promiscuidade, capaz de contaminar quem se aproxima de lá. Sob esse pano de fundo, o leitor acompanha a ascensão econômica e social do inescrupuloso João Romão. Partidário do pessimismo e influenciado por teorias deterministas, Azevedo submete seus personagens ao poder do sexo e do dinheiro. A obra faz uma dura crítica social, denuncia preconceitos raciais e a exploração do homem pelo homem.
Clássico da literatura naturalista, O Cortiço apresenta como personagem principal o próprio - o cortiço de São Romão no Rio de Janeiro.
"Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas. Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada sete horas de chumbo."
O cortiço foi construído após o enriquecimento praticamente ilícito de João Romão, um português avarento que tem mantém sua amante Bertoleza na ilusão de ter a carta de alforria da então ex escrava. O português conseguiu enriquecer com seu trabalho frenético de comerciante e pequenos roubos em suas vendas - e depois do cortiço, com os trabalhos incessantes de Bertoleza.
Com a construção do cortiço, João Romão passa a ter uma certa inimizade com o vizinho Miranda, dono de um belo sobrado, que na verdade se dá pela inveja de João Romão ao título de nobreza que Miranda ganhou após o casamento com Estela. No interesse de imitar o inimigo, o dono do cortiço constrói uma pedreira e convida Jerônimo para ser o coordenador dos trabalhadores, outro português importante para a história.