• Matéria: Filosofia
  • Autor: Maacs
  • Perguntado 7 anos atrás

AJUDA Urgente por favor

Texto 1 :

“O que se segue a partir do apagamento conceitual não é que a arte seja indefinível, mas que as

condições necessárias para que alguma coisa seja arte devem ser bastante gerais e abstratas para

servir para todos os casos imagináveis, e, principalmente, que sobra muito pouco do nosso ‘conceito

de arte’ que possa embasar o desenvolvimento de uma definição real. Em A transfiguração do

lugar-comum, defendi duas condições que podem ser resumidas da seguinte maneira: ‘X é uma obra

de arte se corporificar um significado’, cujo principal mérito reside em sua fraqueza. Falta em minha protodefinição , como em todas as definições dos anos 1960 que conheço, qualquer

referência à beleza, que teria sido, certamente, uma das primeiras condições estabelecidas pelo

analista conceitual da virada do século XX. A beleza desapareceu não só da arte proposta nos anos

1960, como também da filosofia da arte da década. Nem poderia fazer parte da definição de arte

quando tudo pode ser arte, quando nem tudo é belo. [...] Mas a beleza raramente apareceu nas

revistas de arte a partir dos anos 1960 sem um riso desconstrutivista. Não muito depois do

estabelecimento, em 1925, da Fundação em Memória de John Simon Guggenheim, os fundadores

entenderam que seus principais beneficiários eram ‘homens e mulheres devotados a fazer avançar

as fronteiras do conhecimento e da criação da beleza’. Arte era tacitamente definida em termos de

criação de beleza e a criação de beleza é equiparada a fazer avançar as fronteiras do conhecimento.

[...] Mas referências à criação de toda e qualquer beleza desaparecem do vocabulário do National

Endowment for the Arts (NEA), uns quarenta anos depois, não só porque a beleza tinha saído da

agenda artística em 1965, mas também porque [...] seus patrocinadores viam os artistas como fontes

de ideias que poderiam ter valor na agenda nacional para vencer a Guerra Fria.

Nesses anos, entretanto, a arte moderna foi deixada de lado como subversiva e destrutiva e

essencialmente antiamericana por figuras como o Deputado Federal George A. Dondero, do estado

de Michigan, que escreveu: ‘A arte moderna é comunista porque é distorcida e feia, porque não

glorifica nosso lindo país, nosso povo risonho e alegre e nosso progresso material. Arte que não

embeleza nosso país, em palavras simples, arte que todo mundo possa compreender, traz

insatisfação. Portanto, opõe-se ao nosso governo e aqueles que a criam e promovem são nossos

inimigos’. [...]


Texto 2:

“Julga nossa época o belo de um modo diferente? Por certo, ela se acautela, mais do que nunca,

contra todo dogmatismo: ela se esforça em fazer justiça a todos os estilos reunidos no museu

imaginário, ela condescende com a extraordinária renovação das formas plásticas e sonoras que

tanto o gênio da invenção, quanto o contato com as artes dos selvagens suscitam nos artistas. Por

causa disso deve ser ela interditada de julgar? Alguns pensam assim e, com o pretexto de reprimir a

expressão de preferências subjetivas, se aplicam em dar uma acolhida igual a todas as obras sem

jamais escolher entre elas: a palavra belo desapareceu de seu vocabulário. Atitude hipócrita ou

preguiçosa.Em primeiro lugar, porque a arte não renunciou à beleza. As buscas mais

desconcertantes — aquelas que, às vezes, escandalizam um gosto esclerosado pelos hábitos ou

preconceitos — visam à beleza. Nós só as podemos apreciar se tomarmos em conta que elas

obedecem à lógica criadora dessa busca do belo e da perpétua exigência de renovação que ela

comporta na medida em que o belo se inventa mas não se imita.[...]
Mas o que é, então, o Belo? Não é uma ideia ou um modelo. É uma qualidade presente em certos

objetos — sempre singulares — que nos são dados à percepção. É a plenitude, experimentada

imediatamente pela percepção do ser percebido [...]. Perfeição do sensível, antes de tudo, que se

impõe como uma espécie de necessidade e logo desencoraja qualquer ideia de retoque. Mas é

também imanência total de um sentido ao sensível, sem o que o objeto seria insignificante:

agradável, decorativo ou deleitável, quando muito. O objeto belo me fala e ele só é belo se for

verdadeiro.

questões
1)Ambos os textos discutem o desaparecimento da beleza na arte. Como cada um apresenta o

seu ponto de vista?

2) Como o conceito de mimese pode auxiliar na explicação do abandono do conceito de

beleza?

Respostas

respondido por: NaomySouza
14
1-


2- O conceito de Mimese elaborado por nada menos que Plantão, inclui apresentação, imitação mímica de forma a representar o seu eu escondido, usando a imitação de gesto de voz e palavras, se tornando para ele, o fundamento de toda a arte.
Assim o ser humano abandona o conceito de beleza por ele, pois, a beleza não é completa, ela não representa o ser humano de forma completa, ela se torna apenas um complemento. Enquanto que mimese manifestasse como a arte de representar quem se é, descobrindo se por inteiro e devedando-se

Maacs: muito obrigada!! nao conseguiu a número 1 ?
respondido por: m4gnomayrinck
2

Resposta:

1. Arthur Danto, em seu texto, afirma que a beleza desapareceu da arte dos anos 1960 e também da filosofia da arte da mesma época. Justifica dizendo que qualquer coisa pode ser arte, mesmo não sendo bela. Na continuação de seu texto, entretanto, suas considerações são feitas sobre a arte americana. Lembra que, já em 1925, a Fundação em Memória de John Simon Guggenheim entendia que arte era criação de beleza, ou seja, fazer avançar as fronteiras do conhecimento. Na década de 1960, os patrocinadores do National Endownment for the Arts viam os artistas como “fontes de ideias que poderiam ter valor na agenda nacional para vencer a Guerra Fria”. Segue com a direita conservadora americana condenando a arte moderna como sendo antiamericana por ser feia e não glorificar o país. Já o texto de Mikel Dufrenne defende que o fato de a palavra belo ter desaparecido do vocabulário da crítica e da filosofia da arte de nossa época se deve mais ao fato de que por esforçar-se em fazer justiça a todos os tipos de arte, tenha se eximido de julgar, em atitude hipócrita e preguiçosa. Para o autor, o belo reinventa-se continuamente, em cada uma das buscas artísticas mais desconcertantes. Defende, ainda, que o belo não é um modelo, mas sim qualidade presente em certos objetos que nos são dados à percepção.

2. Mimese, no sentido platônico, quer dizer cópia da aparência ou imitação parcial de um objeto. No sentido aristotélico, é um modo de aprendizado natural, é conhecimento porque copia corretamente um objeto e o simplifica. A mimese é o fundamento da arte figurativa naturalista; portanto, o gosto convencional demanda que a arte seja naturalista para poder ser bela. Dentro dessa perspectiva, a arte moderna, que rompe com o naturalismo, só

poderia ser feia, ou seja, não seria arte. Por isso, a arte viu-se obrigada a afastar o conceito tradicional de beleza de seu âmbito.

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