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Além da diversidade das obras de
Marx, é preciso levar em conta a diversidade dos períodos em que foram escritas. Distinguem-se em geral dois períodos principais. O primeiro, que é chamado de período de juventude, compreende os trabalhos escritos entre 1841 e 1847-1848. Esse período de juventude se encerra com Miséria da filosofia e, sobretudo, com a pequena obra clássica intitulada Manifesto comunista, na qual encontramos expostas pela primeira vez as ideias diretrizes de Marx. A partir de 1848, Marx deixou de ser filósofo, tornando-se um sociólogo e, sobretudo, um economista. Aqui, as duas obras mais importantes são um texto de 1859, Contribuição à crítica da economia política e o centro do seu pensamento, O capital.
Levando em conta os dois momentos da carreira científica de Marx, tomarei como ponto de partida o pensamento da maturidade que irei procurar no Manifesto comunista, na Contribuição a crítica da economia política e em O capital. Procurarei mostrar por que os temas do pensamento de Marx são simples e falsamente claros e se prestam, assim, a várias interpretações.
A análise socioeconômica do capitalismo
Marx, em vez de por no centro da sua interpretação a antinomia entre as sociedades do passado e a sociedade presente, focaliza a contradição que lhe parece inerente à sociedade moderna, que ele chama capitalismo. Os três textos célebres que vou analisar, o Manifesto comunista, o prefácio da Contribuição à crítica da economia política e O capital, são três maneiras de explicar esse caráter antagônico do regime capitalista.
O tema central do Manifesto comunista é a luta de classes. A história humana se caracteriza pela luta de grupos humanos que chamaremos classes sociais, cuja definição (imprecisa) implica uma dupla característica; por um lado, a de comportar o antagonismo dos opressores e dos oprimidos e, por outro lado, de tender a uma polarização em dois blocos, e somente em dois. No Manifesto comunista são apresentadas duas formas da contradição característica da sociedade capitalista. A primeira é a contradição entre as forças e as relações de produção. A burguesia cria incessantemente meios de produção mais poderosos. Mas as relações de produção, não se transformam no mesmo ritmo. A despeito desse aumento das riquezas, a miséria continua sendo a sorte da maioria.
A segunda forma de contradição é a que existe entre o aumento das riquezas e a miséria crescente da maioria. O proletariado, que constitui cada vez mais a maioria da população, se constituirá em classe, isto é, numa unidade social que aspira à tomada do poder e à transformação das relações sociais. A revolução do proletariado será feita pela imensa maioria, em benefício de todos e marcará o fim das classes e do caráter antagônico da sociedade capitalista. Essa revolução será obra dos próprios capitalistas. Empenhados numa concorrência inexpiável, não podem deixar de aumentar os meios de produção e de ampliar ao mesmo tempo o número dos proletários e sua miséria. Quando a classe proletária tiver tomado o poder, haverá uma ruptura decisiva com a história precedente. O caráter contraditório de todas as sociedades conhecidas, até o presente, terá desaparecido.
Marx considera que a política e o Estado são fenômenos secundários, com relação ao que acontece na sociedade. Por isso apresenta o poder político como a expressão dos conflitos sociais: é o meio pelo qual a classe dominante mantem seu domínio e sua exploração. Nesta linha de raciocínio, a supressão das contradições de classe deve levar logicamente ao desaparecimento da política e do Estado.
O próprio Marx resumiu o conjunto da sua concepção sociológica no prefácio da Contribuição a crítica da economia política publicada em Berlim, em 1859:
Marx, é preciso levar em conta a diversidade dos períodos em que foram escritas. Distinguem-se em geral dois períodos principais. O primeiro, que é chamado de período de juventude, compreende os trabalhos escritos entre 1841 e 1847-1848. Esse período de juventude se encerra com Miséria da filosofia e, sobretudo, com a pequena obra clássica intitulada Manifesto comunista, na qual encontramos expostas pela primeira vez as ideias diretrizes de Marx. A partir de 1848, Marx deixou de ser filósofo, tornando-se um sociólogo e, sobretudo, um economista. Aqui, as duas obras mais importantes são um texto de 1859, Contribuição à crítica da economia política e o centro do seu pensamento, O capital.
Levando em conta os dois momentos da carreira científica de Marx, tomarei como ponto de partida o pensamento da maturidade que irei procurar no Manifesto comunista, na Contribuição a crítica da economia política e em O capital. Procurarei mostrar por que os temas do pensamento de Marx são simples e falsamente claros e se prestam, assim, a várias interpretações.
A análise socioeconômica do capitalismo
Marx, em vez de por no centro da sua interpretação a antinomia entre as sociedades do passado e a sociedade presente, focaliza a contradição que lhe parece inerente à sociedade moderna, que ele chama capitalismo. Os três textos célebres que vou analisar, o Manifesto comunista, o prefácio da Contribuição à crítica da economia política e O capital, são três maneiras de explicar esse caráter antagônico do regime capitalista.
O tema central do Manifesto comunista é a luta de classes. A história humana se caracteriza pela luta de grupos humanos que chamaremos classes sociais, cuja definição (imprecisa) implica uma dupla característica; por um lado, a de comportar o antagonismo dos opressores e dos oprimidos e, por outro lado, de tender a uma polarização em dois blocos, e somente em dois. No Manifesto comunista são apresentadas duas formas da contradição característica da sociedade capitalista. A primeira é a contradição entre as forças e as relações de produção. A burguesia cria incessantemente meios de produção mais poderosos. Mas as relações de produção, não se transformam no mesmo ritmo. A despeito desse aumento das riquezas, a miséria continua sendo a sorte da maioria.
A segunda forma de contradição é a que existe entre o aumento das riquezas e a miséria crescente da maioria. O proletariado, que constitui cada vez mais a maioria da população, se constituirá em classe, isto é, numa unidade social que aspira à tomada do poder e à transformação das relações sociais. A revolução do proletariado será feita pela imensa maioria, em benefício de todos e marcará o fim das classes e do caráter antagônico da sociedade capitalista. Essa revolução será obra dos próprios capitalistas. Empenhados numa concorrência inexpiável, não podem deixar de aumentar os meios de produção e de ampliar ao mesmo tempo o número dos proletários e sua miséria. Quando a classe proletária tiver tomado o poder, haverá uma ruptura decisiva com a história precedente. O caráter contraditório de todas as sociedades conhecidas, até o presente, terá desaparecido.
Marx considera que a política e o Estado são fenômenos secundários, com relação ao que acontece na sociedade. Por isso apresenta o poder político como a expressão dos conflitos sociais: é o meio pelo qual a classe dominante mantem seu domínio e sua exploração. Nesta linha de raciocínio, a supressão das contradições de classe deve levar logicamente ao desaparecimento da política e do Estado.
O próprio Marx resumiu o conjunto da sua concepção sociológica no prefácio da Contribuição a crítica da economia política publicada em Berlim, em 1859:
Anônimo:
5) Essa dialética das forças e das relações da produção sugere uma teoria das revoluções: as revoluções preenchem funções necessárias, e se produzem quando ocorrem determinadas condições. A Revolução Francesa se realizou no momento em que as novas relações de produção capitalistas atingiram certo grau de maturidade. Marx prevê um processo análogo para a passagem do capitalismo ao socialismo.
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