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País registra 10 estupros coletivos por dia; notificações dobram em 5 anos
Cláudia Collucci (20/08/2017)
Em cinco anos, mais do que dobrou o número de estupros coletivos no país registrados por hospitais que atenderam as vítimas. Dados inéditos do Ministério da Saúde obtidos pela Folha apontam que as notificações pularam de 1.570 em 2011 para 3.526, em 2016. São, em média, dez casos de estupro coletivo por dia.



Os números são os primeiros a captar a evolução desse tipo de violência sexual no país. Na polícia, os registros do crime praticado por mais de um agressor não são contabilizados em separado dos demais casos de estupro.
Desde 2011, dados sobre violência sexual se tornaram de notificação obrigatória pelos serviços públicos e privados de saúde e são agrupados em um sistema de informações do Ministério, o Sinan.
Acre, Tocantins e Distrito Federal lideram as taxas de estupro coletivo por cem mil habitantes – com 4,41, 4,31 e 4,23, respectivamente. Esse tipo de crime representa hoje 15% dos casos de estupro atendidos pelos hospitais – total de 22.804 em 2016.
Os números representam só uma parcela dos casos: a violência sexual é historicamente subnotificada (nem todas as vítimas procuram hospitais ou a polícia) e 30% dos municípios ainda não fornecem dados ao Sinan. Estudos feitos pelo Ipea mostram que apenas 10% do total de estupros são notificados. Considerando que há 50 mil casos registrados por ano (na polícia e nos hospitais), o país teria 450 mil ocorrências ainda "escondidas".
Estupro coletivo
Segundo a socióloga Wânia Pasinato, os dados da saúde sobre estupro coletivo mostram que o problema existe há muito tempo, mas só agora está vindo à tona a partir de casos que ganharam destaque na imprensa nacional. "O estupro coletivo é um problema muito maior e que permanecia invisível. Há uma dificuldade da polícia e da Justiça em responder a essa violência", diz Wânia.
Para a antropóloga Debora Diniz, professora da Universidade de Brasília, o aumento de casos de estupro coletivo é impactante. "É um crime de bando, de um grupo de homens que violenta uma mulher. Essa característica coletiva denuncia o caráter cultural do estupro".
"É a festa do machismo, de colocar a mulher como objeto. O interesse não é o ato sexual, mas sim ostentar o controle sobre o corpo da mulher", diz Cerqueira, do Ipea.
O pesquisador é um dos autores de estudo sobre a evolução dos estupros nos registros de saúde. Nele, há breve menção ao crime cometido por dois ou mais homens. Crianças respondiam por 40% das vítimas, 24% eram adolescentes e 36% eram adultas.
Outro fato que tem chamado a atenção em algumas das ocorrências de estupros coletivos é a gravação e a divulgação de imagens do crime. A Folha pesquisou 51 casos noticiados pela imprensa nos últimos três anos. Em pelo menos 14, foram publicados vídeos em redes sociais.
"É perturbadora essa necessidade que os agressores têm de filmar a violência. É como se fosse um souvenir da conquista", diz Debora Diniz.
Para Wânia, do USP Mulheres, essa prática parece ter caráter ritualístico. "É o estupro sendo mostrado como troféu", afirma.
Disponível em: . Acesso em: 20 ago. 2017. (Adaptado)

Com base na leitura, analise as afirmativas.

I Crianças e adolescentes têm sido vítimas de estupro coletivo no Brasil, crime que apresentou crescimento, no país, de 2011 para 2016.
II As taxas de estupro coletivo são maiores nas regiões Norte e Centro-Oeste.
III O fato de os criminosos divulgarem vídeos com o estupro revela um aspecto preocupante da sociedade brasileira, pois o registro do crime torna-se uma forma para que eles se vangloriem do ato; no entanto, essa é a única maneira de a polícia identificar os estupradores.
IV O número de vítimas no Acre foi aproximadamente três vezes maior do que o número de vítimas no Rio de Janeiro, em 2016.

É correto o que se afirma em

A
I, II, III e IV.

B
I, II e IV, apenas.

C
I, III e IV, apenas.

D
II e III, apenas.

E
I e II, apenas.

Respostas

respondido por: makmorales
13

Olá,

I. Falso. Não apenas crianças e adolescentes foram estuprados, mas também os adultos, incluindo as mulheres.

II. Verdadeiro. Acre, Tocantis e Distrito Federal são os locais com as maiores taxas de estupro coletivo registrados no país.

III. Verdadeiro. Os estupradores utilizam os vídeos e as redes sociais para vangloriarem-se dos crimes praticados contra suas vítimas. Essa é uma forma deles sentirem-se poderosos, exibindo os vídeos como se fossem troféus.

IV. Falso. Não há dados falando sobre as taxas de estupro no Rio de Janeiro no enunciado apresentado.

Letra D.

Abraços!

respondido por: wilsonjr2wcoelho609
39

E I e II, apenas é a resposta correta.

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