Respostas
A poesia trovadoresca é dividida em dois grupos:
poesia lírica
Que é dividida, também, em dois grupos:
cantiga de amor:
A cantiga de amor possui o eu-lírico masculino e retrata a história de um “amor impossível”. O homem (que faz parte do vassalo) está perdidamente apaixonado e sofrendo por uma mulher nobre e inalcançável. A cantiga nunca revela nomes e a mulher, por sua vez, muitas vezes se assemelha à Virgem Maria devido a sua perfeição.
Exemplo:
“Senhora minha, desde que vos vi,
lutei para ocultar esta paixão
que me tomou inteiro o coração;
mas não o posso mais e decidi
que saibam todos o meu grande amor,
a tristeza que tenho, a imensa dor
que sofro desde o dia em que vos vi.”
cantiga de amigo:
Já na cantiga de amigo, o eu-lírico é feminino. Entretanto, quem compõe a cantiga continua sendo um homem. A diferença é que, aqui, ele cria uma personagem feminina para a poesia. O amor retratado nessa versão, é o amor saudosista. Ele ainda não vai acontecer, mas é um pouco mais alcançável. Essas cantigas eram construídas de maneira a parecer que a jovem estivesse contando sua história de amor para alguém: mãe, tia, amiga ou quem estivesse disposto a ouvir.
Exemplo:
“Ai flores, ai flores do verde pinho
se sabedes novas do meu amigo,
ai deus, e u é?
Ai flores, ai flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado,
ai deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amigo,
aquele que mentiu do que pôs comigo,
ai deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amado,
aquele que mentiu do que me há jurado
ai deus, e u é?
(…)”
poesia satírica
É mais popular e também é dividida em dois grupos:
cantiga de escárnio:
É, literalmente, um escárnio. É feita para tirar sarro de alguém, no entanto não cita nomes. Ou seja, pode-se dizer que é como uma crítica explícita a alguém sem dizer o nome da pessoa. E, claro, também é cantada.
cantiga de mal-dizer:
Assim como a cantiga do escárnio, ela é feita para criticar alguém. Mas, aqui, isso é feita de maneira direta e explícita. As cantigas de mal-dizer citam os nomes de quem se critica e podem conter até mesmo palavras de baixo calão.
Exemplo para os dois tipos de cantiga satírica:
“Ai, dona feia, foste-vos queixar
que nunca vos louvo em meu cantar;
mas agora quero fazer um cantar
em que vos louvares de qualquer modo;
e vede como quero vos louvar
dona feia, velha e maluca!
Dona feia, que Deus me perdoe,
pois tendes tão grande desejo
de que eu vos louve, por este motivo
quero vos louvar já de qualquer modo;
e vede qual será a louvação:
dona feia, velha e maluca!
Dona feia, eu nunca vos louvei
em meu trovar, embora tenha trovado muito;
mas agora já farei um bom cantar;
em que vos louvarei de qualquer modo;
e vos direi como vos louvarei:
dona feia, velha e maluca!”
O trovador mais famoso desse período é o Dom Diniz.
Prosa trovadoresca:
A prosa durante o trovadorismo foi feita em menor quantidade. No entanto, elas são de extrema importância para compreender e saber mais sobre a história de Portugal. As prosas são divididas em quatro grupos:
crônicas:
São encontradas até em latim e não diretamente no galego-português ou português arcaico – que é a linguagem que se forma em Portugal – e narram a história do país.
histórias de linhagem:
Também contam sobre a história de Portugal, mas contam muito mais sobre as famílias que viveram no país naquela época. Mostram, literalmente, a linhagem.
hagiografias:
São as histórias e relatos religiosos. Histórias de santo e coisas que aconteceram na religião. É, basicamente, sobre religião.
novelas de cavalaria:
Fizeram bastante sucesso, eram bastante populares e comuns. Por isso, era normal que fossem lidas nas casas de famílias.