• Matéria: Geografia
  • Autor: anacampezato
  • Perguntado 7 anos atrás

elabore um texto colocando o seu ponto de vista sobre a descriminaçao e o preconceito racial no Brasil.

Respostas

respondido por: raykarangel1234
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1 – Você faz parte disso

Certa vez uma pessoa me disse que os debates sobre racismo são exagerados, pois ela não via razões para discriminar alguém por sua cor de pele. É um raciocínio romântico achar que, por não fazermos parte do grupo que discrimina, basta jogar o assunto para debaixo do tapete. Tendo o preconceito ao nosso redor diariamente, ainda que de forma involuntária, somos parte disso. Por exemplo, quando minimizamos a gravidade de um ato discriminatório ou quando presenciamos uma cena e não fazemos nada a respeito. Também fazemos parte quando não questionamos o modelo de sociedade que estamos vivendo. A não ser que você viva em uma realidade paralela, onde todos são iguais de fato, você faz parte disso.

2 – Violência gera violência

O racismo é uma forma de violência e, como tal, age em ciclos. Os contínuos esforços em manter a população pobre na periferia afastam seus moradores de condições decentes de educação, saúde e trabalho, corroborando para a manutenção da situação degradante dos moradores de áreas afastadas. A maioria da população moradora de favelas é negra, segundo estudo do Ipea. O IBGE aponta que 1% dos moradores possui ensino superior.

Esta população está sensivelmente próxima da violência, fato comprovado pela pesquisa que mostrou que a violência urbana está diretamente ligada à discriminação racial e social.

Este assunto é frequentemente apontado quando a criminalidade é discutida. Há quem não tolere a defesa de um criminoso, sob a alegação de que, como seres humanos cientes de seus atos, eles precisam apenas ser punidos e afastados – ainda mais – do convívio social. Como nosso sistema de reabilitação é bastante deficiente, o mais natural, embora trabalhoso para alguns, seria propor-se a estudar o cerne do problema, não apenas sua consequência. A população negra está marginalizada, pessoas marginalizadas não têm expectativa de vida e são mais facilmente coagidas a integrar grupos criminosos, não por escolha, mas porque todo o resto lhe virou as costas. O debate sobre a questão criminal no Brasil precisa se afastar de percepções emocionais e se aproximar da Ciência, e isto não é assunto exclusivo para sociólogos e juízes, é problema de todos os habitantes das cidades.3 – Você sabe que é errado

Quando uma pessoa acredita que seu ponto de vista é minimamente razoável, ela o expõe com os argumentos que tem a seu alcance. Quando ela sabe que está errada, sai pela tangente, se esconde, faz piada, tenta justificar com sentenças sem pé nem cabeça. Racismo é crime, e é tão grave que as pessoas que o praticam sabem disso, e não raro se escondem sob o anonimato quando querem externar o que pensam de forma clara4 – As crianças não têm culpa

Além da densa discussão proposta no item 2, uma outra consequência grave da discriminação racial são os efeitos psicológicos em quem sofre e quem vê. É na primeira infância que o ser humano aprende valores que pautarão seu comportamento para o resto da vida. A criação de estereótipos raciais firma nas crianças a ideia de separatismo. Atitudes pequenas como a naturalização de apelidos ofensivos e negação de características físicas de pessoas negras (lábios grossos, narizes grandes, cabelos crespos) tornam-se verdades na cabeça das crianças. Além do aspecto cruel de tornar crianças reféns de tal barbaridade, elas crescerão e se tornarão adultos que pautaram sua vida em atitudes de discriminação, o que ajudará a agravar os supracitados problemas com violência.

Lutar contra isso é apoiar uma sociedade mais justa, onde crianças estão livres da violência física e psicológica causada pelo racismo, e poderão se tornar adultos saudáveis e menos vulneráveis

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