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“O Homem que sabia Javanês” foi publicado no ano de 1911 na Gazeta da Tarde nos moldes dos antigos folhetins.
espero ter ajudado
final, quanto de nós já não nos deixamos impressionar pelo difícil palavreado médico, que parece guardar nossa salvação ou condenação? E o que dizer da estranha língua em que os economistas tentam justificar a pobreza do país? Político tem de falar bonito, o que muitas vezes equivale a falar difícil. Muita gente não entende, mas respeita. Principalmente porque não entende.
Médicos, economistas, políticos e seus "códigos secretos" - quem há de negar que são homens cultos a quem essa sabedoria, embora traduzida de maneira incompreensível à maioria, garante respeito, autoridade, poder?
É a irreverência estúpida a esse saber exótico, cifrado que Lima Barreto satiriza no conto. Um tema caro ao autor, quase uma causa que ele discute em várias de suas obras. A ascensão e glória de Castelo, porém, servem para a discussão de outros temas: a artificialidade de alguns intelectuais, a política dos favores, a eficiência dos títulos num país de doutores.
No conjunto, esses assuntos formam um retrato de uma faceta do Brasil e do brasileiro. O retrato ressalta a nossa melancólica vocação para o improviso, para o oportunismo dos muitos "Castelos" da vida nacional. No país das trapalhadas, a desordem é legítima pr uma ordem feita apenas de aparências.
Avesso e complemento, a desordem mina a ordem social pelo protecionismo, pelos favores, pelo respeito a títulos, rótulos em si suficientes para garantir status. O saber ajuda. Mas para a ascensão social talvez importem mais as relações com pessoas influentes, a proximidade com o poder e a fabricação de uma imagem do que um saber verdadeiro. Assim, a tal "desordem" transforma-se em uma espécie de ordem que conviv