Respostas
A Pós-Modernidade se revela como o esgotamento e superação da Modernidade. Trata-se da busca de uma nova época, que seria libertada dos efeitos perversos da época anterior. No entanto, qualquer discurso sobre a Pós-Modernidade parece ser contraditório, pois, o próprio termo é muito ambíguo, polissêmico e polêmico. De uma certa forma, é indefinível, fluido e inconsistente. Até seu nome é curiosamente contraditório, uma vez que ele recorre a uma definição histórica – pós – para denominar um movimento cultural em ruptura com o historicismo. Ademais, a Pós-Modernidade inicia o seu desenvolvimento, sobretudo, após a Segunda Grande Guerra, com um capitalismo de monopólios.
Desse modo, caracteriza-se que a pós-modernidade expressa o fracasso do Iluminismo racionalista moderno, que levou o mundo às grandes ideologias de esquerda e de direita, as quais quiseram, cada uma a seu modo, coagir toda humanidade a aceitar suas “luzes”, mesmo com violências, holocaustos e desumanidades. O século XX é o século do declínio da Modernidade, mesmo sendo o das conquistas da técnica. Nele, presenciou-se as violências extremas do nazi-fascismo, do comunismo e mesmo do capitalismo liberal, o qual impôs a pobreza e a miséria a centenas de milhões de pessoas pelo mundo afora. Diante do fracasso dessas grandes ideologias, surge o agnosticismo desencantado, sem arroubos por verdades absolutas e universais. Este, se adapta bem ao pluralismo e ao individualismo vigentes na grande sociedade, ao hedonismo do prazer imediato e fácil, ao permissivismo comportamental e ético, e ao consumismo oferecido pela nova ordem econômica mundial fundada na hegemonia do livre mercado globalizado.
Em suma, com a Pós-Modernidade, a cultura viu ruir os seus mitos, ideologias, verdades e valores. Reconhece a “impotência do pensamento” e rejeita o conceito da idéia clara e distinta. Na literatura e na pintura, verifica-se uma ênfase ao irracional, ao non-sense. A filosofia se traduz em niilismo e relativismo. As ciências sociais entram numa progressiva recusa de qualquer princípio e de qualquer regra sociocultural universalmente aceita. Porém, hoje, esse acúmulo de negatividade caminha para um esforço de reconciliação, recomposição e, também, de resignação que, em sua fachada positiva, se traduz muitas vezes num desejo de paz e de retorno às coisas simples da vida.