• Matéria: Biologia
  • Autor: juliacortinhaspb3ci2
  • Perguntado 7 anos atrás

Por que ocorre o intervalo da febre da Malária?

Respostas

respondido por: jcd3
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A RESPOSTA QUE VOCÊ PROCURA ESTA NO FINAL DO TEXTO, PORÉM TA AI ESSE TEXTO PARA VC SE INFORMAR MAIS E ESPERO AJUDAR!!!


O mais perigoso de todos, que felizmente não existe no Brasil, é o Anopheles gambiae,responsável pela forma mais grave, e com frequência fatal, da doença na África. Na década de 1930, foi a causa de uma epidemia de malária no Nordeste, mas esse mosquito foi totalmente erradicado do Brasil.

CICLO DO PARASITA

Drauzio – O mosquito inocula o plasmódio que está em suas glândulas salivares quando pica uma pessoa. Qual o ciclo do parasita no organismo humano?

Marcos Boulos – No hospedeiro humano, o plasmódio desenvolve um ciclo assexuado, ou seja, vai se dividindo e aumentando de número. Depois de no máximo 30 minutos que entrou na circulação sanguínea, alcança o fígado e multiplica-se dentro das células hepáticas até que elas explodem. Então, eles se espalham no sangue e invadem os glóbulos vermelhos, onde se reproduzem a ponto de rompê-los também.

Esses parasitas liberam toxinas no sangue. Diante desse agente estranho, a temperatura sobe e a pessoa começa a ter calafrios e a bater os dentes. O frio que sente é tanto que, mesmo no verão, treme muito e chega a sacudir a cama onde está deitada. Quando a febre alcança o patamar de 39º, 40º C, vem a fase do calor. O paciente se aquieta, embora o parasita ainda esteja circulando em seu sangue e vá entrar em outros glóbulos vermelhos. Nesse momento, o estímulo desaparece, a temperatura cai rapidamente, o que faz a pessoa suar muito.

Aí, começa tudo de novo: o plasmódio se replica, explode o glóbulo, vêm o calafrio, a febre e o suor. Em geral, dependendo do tipo de malária, esse quadro se repete a cada dois ou três dias.

Drauzio – O parasita desenvolve, então, um ciclo dentro do organismo do mosquito e outro no organismo humano…

Marcos Boulos – Desenvolve um ciclo sexuado no mosquito e um assexuado no homem. Na forma sexuada, um gametócito masculino e outro feminino se juntam e, por flagelação, dão origem a novos plasmódios que migram até a glândula salivar e serão transmitidos no momento da picada, quando estiverem maduros, para fechar o ciclo no homem. É no homem que ele desenvolve a fase assexuada nas células do parênquima hepático e nos glóbulos vermelhos do sangue.

Drauzio – Olhamos sempre o plasmódio como um inimigo que invade o organismo do homem e deve ser combatido. Mas, se olharmos a infecção do ponto de vista do protozoário, sua estratégia de sobrevivência é perfeita.

Marcos Boulos – Ele sabe como viver. Entretanto, ao contrário do Aedes aegyptique transmite a dengue e prolifera nas cercanias das habitações humanas, o Anopheles vive nas matas e são os homens que invadem as barreiras naturais do seu habitat. Como precisa de sangue para sobreviver, pica o invasor e a transmissão da malária acontece.

DOENÇA AUTOLIMITADA

Drauzio – O que acontece com quem contraiu malária e não recebe tratamento?

Marcos Boulos – Na teoria, todas as doenças infecciosas, até mesmo as mais graves, são autolimitadas, ou seja, o sistema de defesa do organismo combate o invasor estranho e a doença desaparece. Em alguns casos, porém, a limitação ocorre com a morte do paciente que não tinha um sistema de defesa eficiente.

Teoricamente, a malária leva mais ou menos de um ano e meio a três anos para autolimitar-se, isto é, para as febres desaparecerem e o indivíduo ficar em equilíbrio com o parasita. Esse quadro ocorre com frequência na África.

Drauzio – A repetição das crises obedece a um ritmo pré-estabelecido?

Marcos Boulos – Nos casos de malária causados pelo plasmódio vivax ou pelofalciparum, os mais comuns, a febre reaparece a cada 48 horas. Em outras palavras: o paciente tem febre num dia, passa dois sem febre, volta a ter febre e assim sucessivamente. Se for causada pelo plasmódio malariae, a evolução é um pouco mais lenta e a febre reaparece a cada três dias. No primeiro caso – um dia com febre, dois dias sem febre – a infecção é chamada de malária terçã. No segundo (um dia com febre seguido de três dias sem febre), é chamada de malária quartã. Geralmente, a evolução da malária terçã provocada pelo Plasmodium vivax é benigna, e a terçã provocada pelo Plasmodium falciparum é mais maligna.

Nos primoinfectados, isto é, nos indivíduos que nunca haviam entrado em contato com o parasita falciparum e têm malária pela primeira vez, a reação pode ser tão exuberante que eles não conseguem autolimitar a infecção. Se não forem tratados precoce e adequadamente, podem morrer porque o sistema imunológico fica desorganizado e começa a destruir tecidos (vasos pulmonares, rins) e a provocar lesões cerebrais. Naqueles que têm a doença mais de uma vez, raramente isso acontece.

A despeito de a malária ser uma infecção autolimitada, ninguém quer esperar de um ano e meio a três anos para livrar-se dela. Com o tratamento, rompe-se a forma de reprodução do parasita na fase assexuada que se desenvolve no homem e os sintomas clínicos desaparecem

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