• Matéria: Pedagogia
  • Autor: nilvanmarinho
  • Perguntado 7 anos atrás

Discorra sobre a possibilidade de o soneto de Gregório de
Matos ser uma imitação do soneto de Camões

Respostas

respondido por: Matheusieti
2

Você esqueceu os textos:

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,  

muda-se o ser, muda-se a confiança;

todo o mundo é composto de mudança,

tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,

diferentes em tudo da esperança;

do mal ficam as mágoas na lembrança

e do bem (se algum houve), as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,

que já coberto foi de neve fria,

e, enfim, converte em choro o doce canto.

O segundo:

Seis horas enche e outras tantas vaza

A maré pelas margens do Oceano,

E não larga a tarefa um ponto no ano,

Depois que o mar rodeia, o sol abrasa.

Desde a esfera primeira opaca, ou rasa

A Lua com impulso soberano

Engole o mar por um secreto cano,

E quando o mar vomita, o mundo arrasa.

Muda-se o tempo, e suas temperanças.

Até o céu se muda, a terra, os mares,

E tudo está sujeito a mil mudanças.

Agora podemos responder corretamente:

Dentro dos dois textos, vemos uma relação de proximidade entre o conteúdo dos textos, pois ambos falam do tempo, assim como as mudanças.

Deste modo, pensar em uma imitação não seria inviável, mas acredito que a utilização da referência está mais presente.

Pois é importante destacar que o segundo é mais introspectivo que o primeiro, apesar dele também possuir essa intensidade, dialoga com questões mais tristes, e íntimas.

Valeu!

Perguntas similares