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EU, paloma vitoria savio sou índia da tribo Kariri-Xocó, localizada no município de Porto Real do Colégio, estado de Alagoas. Na realidade, a história das origens dos meus pais é, em certa medida, da homogeneização dos meus avós em cruzamentos de etnias diferentes entre Kariri, Natu, Xocó e Pankararu que habitaram as margens do rio São Francisco desde os tempos imemoriais, atualmente sob o denominativo genérico de índios Kariri-Xocó.
Meus pais são Alírio Nunes Pires e Maria de Lurdes Ferreira. Segundo as histórias da minha avó Júlia Pires, mãe de meu pai, de origem Xocó, ela era filha de Ormina Pires, filha caçula de Inocêncio Pires, meu tataravô, que foi o chefe tribal desse grupo no século XIX. O próprio Inocêncio Pires era filho de uma índia Xocó com José Ribeiro Sabino Pires, índio Pankararu de Pernambuco que chegou na ilha de São Pedro de Porto da Folha e construiu sua família.
Meu nascimento
Minha mãe teve uma gravidez difícil. Não comia muito bem, tinha fastio e enjoava; num alguidar com farinha, às vezes beliscava moqueca de peixe miúdo, mingau de milho ralado. O alimento preferido de minha mãe gestante era a água do rio São Francisco quando descia o barranco. "Água de pote fedia nas ventas", ela dizia; o rio era cheiroso quando ela vinha beber, chegava na beiradinha e ficava saciada.
Nessa mesma época, estava para chegar um irmão de minha mãe chamado Jurandir, que foi embora há muitos anos para Manaus, no Amazonas. Era primeiro tenente das Forças Armadas; não sei dizer de qual polícia: Marinha, Exército ou Aeronáutica. O dia em que ele chegou de viagem, foi o dia em que nasci: aos 10 de setembro de 1963. Trouxe vários presentes para toda a família, inclusive um enxoval para recém-nascido, para uma irmã gestante ou que estivesse parida. No momento, fui eu o tal escolhido.
A parteira do caso foi a velha Nenê, assim conhecida por todos de Colégio. O menino que nascera era magrinho, dizia o povo que chegava em visita à mamãe na aldeia arruada.
Minhas lembranças
A lembrança mais remota que tenho no entendimento é de quando eu era criança, chorando numa rede. Mamãe pegou-me nos braços e me colocou no chão: saí caminhando, começava a brincar. Outra vez, ainda me lembro, foi na casa de meu avô Euclides: ele estava deitado e doente. Eu ficava no quarto e ele se assentava. Minha avó Pureza lhe dava mingau no prato e ele começava a comer. No corredor da casa tinha uma canoa de pesca que estava encostada que o pescador não mais usava: remo, cuia e uma tarrafa. Quando Euclides morreu em 1966, eu tinha três anos de idade.
comece falando sobre como vc nasceu e tals mais não aprofunde muito no texto ta pedindo pra falar sobre sua vida intao e mais o básico e não tao complexo do explique e não adentre