• Matéria: Português
  • Autor: mirandapedro
  • Perguntado 7 anos atrás

Baseando-se nas informações acima, explique o uso dos seguintes sinais gráficos no trecho lido de "A língua de Eulália", de Marcos Bagno

a) aspas em "a língua", "correto", "nobre", "contaminaram", "a índole da língua".

b) reticências entre colchetes […] no final do primeiro parágrafo.

c) parênteses no quadro das diferenças entre o modo de falar do brasileiro e do modo de falar do português.​

Respostas

respondido por: jalves26
102

a) As aspas foram usadas em "a língua", "correto", "nobre", "contaminaram", "a índole da língua" para expressar ironia do autor.

Ele não concorda integralmente com a visão dos gramáticos sobre o processo de cristalização da norma-padrão. Então, ele colocou as aspas para dizer que não acha esses termos adequados.

b) As reticências entre colchetes [...] indicam que naquela posição há uma passagem que foi suprimida do texto original.

c) Os parênteses no quadro das diferenças entre o modo de falar do brasileiro e do modo de falar do português foram usados para acrescentar informações e explicações

Explicação:

O trecho lido de "A língua de Eulália" é:

– Investimento, Irene? – pergunta Sílvia. – Como assim?

– No processo de constituição, de cristalização da norma-padrão como o que deve ser “a língua", ela é analisada pelos gramáticos, que escrevem livros para descrever as regras de funcionamento dela, livros que servem ao mesmo tempo para prescrever essas regras, isto é, impor essas regras como as únicas aceitáveis para o uso “correto” da língua. Os dicionaristas também se debruçam sobre a norma-padrão e tentam definir os significados precisos para as palavras que compõem esse padrão. A Academia de Letras estabelece a ortografia oficial, a maneira única de escrever, que é imposta por decreto-lei governamental. Ela também cuida para que as palavras de origem estrangeira não “contaminem” excessivamente a língua, e propõe novos termos para substituí-las, termos com uma forma mais próxima daquilo que os tradicionalistas chamam de “a índole da língua”. Os autores de livros didáticos preparam seus manuais escolares pensando em estratégias pedagógicas eficazes para que as crianças aprendam a norma-padrão... Todo esse trabalho de padronização, de criação e cultivo de um modelo de língua, é que compõe o tal investimento de que eu falei... Por isso a norma-padrão dá a impressão de ser mais rica, mais complexa, mais versátil que todas as demais variedades da língua falada pelas pessoas do país. Na verdade, ela nada tem de melhor que essas variedades, ela só tem mais que as outras.

– E o que é que ela tem mais que as outras? – pergunta Sílvia.

– Por causa do tal investimento, a norma-padrão tem principalmente mais palavras eruditas, tem mais termos técnicos, tem um vocabulário maior e mais diversificado. Ela também tem mais construções sintáticas consideradas de bom gosto, tem expressões de origem erudita que servem de modelos para serem imitados, metáforas clássicas que dão um ar “nobre” à linguagem... Mas se esse mesmo investimento fosse aplicado a qualquer uma das muitas variedades faladas no país, ela também se enriqueceria e se mostraria capaz de ser veículo para todo tipo de mensagem, de discurso, de texto científico e literário...

respondido por: santosnayra042
11

Resposta:a) As aspas foram usadas em "a língua", "correto", "nobre", "contaminaram", "a índole da língua" para expressar ironia do autor.

b) As reticências entre colchetes [...] indicam que naquela posição há uma passagem que foi suprimida do texto original.

c) Os parênteses no quadro das diferenças entre o modo de falar do brasileiro e do modo de falar do português foram usados para acrescentar informações e explicações

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