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Não é de hoje que a sociedade vem sendo controlada pelo aqui e agora, isso já faz tempo. É facilmente observável pessoas agindo por impulso, sem usar a racionalidade, essa atitude ocorre nos mais diferentes contextos e lugares, isso independe de qualquer outro fator, o benefício próprio é sempre um ápice a ser alcançado, nós somos quase sempre escravos dos próprios desejos.
Esse parágrafo pode ter soado meio narcisista, visando o próprio benefício, mas esse não é o intuito. Na verdade o objetivo é descrever como somos quase tão selvagens quanto os animais, isso é, não controlamos o próprio auto-controle.
O gato é escravo da própria existência, ele nasce como gato, vive como gato e morre como gato. As maiores pulsões da própria vida são procurar alimento, procriar e fim, o gato esta sujeito a vida de gato durante toda a sua existência, não há como fugir disso, o máximo que ele pode alcançar na sua condição, é ser um gato, já dizia Foucault.
Pode parecer agonizante, quer dizer, em teoria não imaginamos como deve ser estar preso em um destino fadado ao que se propõe quando se nasce, algo pré-definido desde a concepção da vida, quase que sem a ideia do livre arbítrio, condenado a vivência a partir da sua espécie, saber que o seu amanha vai ser exatamente como o seu ontem deve ser desesperador.
Pois é, a realidade humana não se distância muito disso atualmente, estamos em uma época onde a individualidade quase não existe, todos agem a partir de um padrão pré-definido que geralmente se constitui a partir de necessidades fisiológicas. O poder de escolha foi-se a muito para um longínquo tempo-espaço perdido entre o pensamento livre e a natureza.
A única coisa que nos difere de um outro animal qualquer é a possibilidade de escolher, não estamos presos a nossa raça, podemos atribuir valor durante a vida, ao contrário dos outros animais que vivem para se alimentar e procriar, é basicamente isso, estão presos à essa realidade.
Eu não quero parecer pessimista, mas somos cada vez menos portadores das próprias escolhas, às deixando cada vez mais nas mãos da sociedade, o que não é muito diferente do que a natureza faz com cada espécie de animal. As pessoas estão programadas a gostar das mesmas coisas, ir nos mesmos lugares, comer as mesmas comidas, usar as mesmas roupas… Essa atitude pode parecer cultural, algo etnocêntrico, produto do tempo e que sempre aconteceu, mas aparenta não ser assim. Hoje mais do que nunca as pessoas estão em contato o tempo todo por conta das redes sociais, nós nunca estamos sozinhos, assim podemos absorver o máximo do outro o máximo de tempo possível, e isso aparentemente cria uma subjetividade coletiva, que engloba todas as escolhas em um grupo, e quem não às aceitar é automaticamente excluído.
Então não seja escravo da sua natureza, o ser humano tem o raciocínio desenvolvido demais para ter um dono.