• Matéria: História
  • Autor: mirandaclara03
  • Perguntado 7 anos atrás

Durante muito tempo, os historiadores não discutiram as origens das técnicas e os instrumentos empregados na extração dos minérios. Hoje, sabe-se que muitas técnicas, como a empregada na utilização da bateia, são originárias da África. Elabore uma hipótese para explicar esse fato, valorizando a contribuição da cultura africana para a história do Brasil.

Respostas

respondido por: Janinevivi
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A  importância  histórica  do  ouro,  sintetizada  no  século  XVIII  por  seu  papeldestacado  nas  relações  entre  Colônia  e  Metrópole,  vem  desde  a  última  década  do  séculoXVII,  quando  centenas  de  jazidas  aluvionares  do  metal  precioso  foram  descobertas  noscórregos  e  ribeirões  das  cercanias  de  Ouro  Preto,  Mariana,  Sabará  e  Caeté,  provocando  oprimeiro grande rush minerador da história do Brasil.Seguiram-se  anos  de  escavações,  ainda  no  Setecentos,  e  a  corrida  do  ouro  teveprofundo  impacto  na  vida  da  colônia  e  da  própria  metrópole,  expandindo  a  regiãomineradora  em  todas  as  direções,  atraindo  milhares  de  pessoas  de  todas  as  condições  ecantos do país e estimulando, inclusive, a emigração européia. Para se avaliar este impactoda  disseminação  do  ouro,  à  época,  em  Minas  Gerais,  basta  observar,  para  Martins  e  Brito(1989),  que,  em  1814,  com  a  mineração  em  franca  decadência  e  total  refluxo,  ainda  haviamais de quinhentas lavras em operação distribuídas por 138 distritos e 49 freguesias

As jazidas exploradas no período colonial pertenciam a duas grandes categorias: osdepósitos de aluvião (leitos dos rios), onde o ouro é encontrado em partículas soltas, juntocom cascalho de quartzo, areia e terra; e os filões, onde o metal precioso aparece em veiosdisseminados em quartzo ou em outras rochas auríferas. Em ambos os casos – depósitos dealuvião  e  filões  –  as  explorações  eram  a  céu  aberto,  usando-se  métodos  semelhantes  –serviços de rio, serviços de tabuleiro e  sistema  de  catas –  e  a   mineração   subterrâneaera  raramente  utilizada,  por  exigir  tecnologia  mais  complexa4.  Somente  quando  um  filãonão  podia  ser  explorado  a  céu  aberto,  recorria-se  a  perfuração  de  galerias  no  seio  dasmontanhas. Em 1799,Vieira Couto analisando o estado geral e decadente da mineração doBrasil, registrou que o ouro era extraído nos montes ou nos rios e por isto, os mineiros sedividiam  em  mineiros  de  montes  e  mineiros  de  rios.  No  caso  dos  rios,  a  lavra  do  metalprecioso era feita em três lugares: a guapiaras,  gupiaras  ou  grupiaras,  correspondentes  aosleitos mais antigos e mais elevados ao nível dos rios, na encosta dos morros onde havia odepósito de cascalho; os taboleiros, leito mais imediato ao rio e   no   mesmo   nível   dele;e,  finalmente,  o  veio,  correspondente  à  própria  madre  do  rio5.  De  todos  esses  serviços,  osmais  fáceis  de  lavrar  eram  as  guapiaras  e  os  mais  difíceis  os  serviços  do  veio  do  rio.  Adespeito  de  reconhecer  a  contribuição  da  ignorância  dos  mineiros  para  a  decadência  damineração  à  época,  Vieira  Couto  também  observa  que  a  mineração  dos  rios,  mais  fácil  e menos  complicada,  é  que  estava  num  estágio  mais  adiantado,  embora  com  reduzidautilização de maquinário. Assim sendo, enquanto os rios conhecidos se encontravam todoslavrados,  os  montes,  considerados  pelo  naturalista  e  mineralogista  “os  pais  dos  metais”,estavam  ainda  quase  intactos,  devido  ao  limitado  conhecimento  técnico  sobre  mineraçãosubterrânea.  A  alternativa  encontrada  pelo  mineiro  para  os  montes  era  lavrá-lo  a  talhoaberto, que consistia em explorá-lo a céu aberto, desmontando e tirando primeiro a terra decima  dos  veeiros.  E  Vieira  Couto  questiona:  “A  isto  devemos  chamar  minas?  Cabe  antesmelhor,  o  nome  de  lavras  que  lhes  dão  e  não  de  minas,  pois  estão  bem  longe  disso.  Omesmo digo dos nossos mineiros, pois nada lhes quadra menos que tal nome; são mineirosque jamais perdem o sol de vista”

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