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A industrialização brasileira teve início quase um século e meio após a primeira Revolução Industrial, na Inglaterra, na segunda metade do século XVII. Os principais obstáculos estavam na exiguidade do mercado interno e nas baixas tarifas de importação de produtos manufaturados. Mas o principal entrave só seria superado no final do século XIX: a escravidão
Num tempo em que se discute uma possível onda de desindustrialização na economia brasileira, vale a pena examinar as dificuldades existentes para o país superar seu padrão agroexportador, ao longo da segunda metade do século XIX.
Nosso principal produto do período era o café. Suas características como estimulante o tornariam uma espécie de marca da Revolução Industrial na Europa, quando regimes de trabalho de dois e de três turnos disseminaram-se por fábricas iluminadas por luz elétrica. Utilizado como antídoto para o sono de operários que atravessavam noites em manufaturas e difundido como iguaria requintada em ambientes sociais, o café conheceu demanda crescente nos países centrais.
O produto, que prospera em climas tropicais, começou a ganhar peso na economia a partir da década de 1840. Já existia uma cultura expressiva antes disso, mas nessa época o Brasil passa a ser responsável por 40% da produção mundial. A frutinha vermelha se espalhou pelos campos do sudeste e em breve seria o centro da pauta de exportação. Pelos cem anos seguintes, o café reorganizaria toda a economia, a sociedade e a vida política nacional.
TERRA E ESCRAVIDÃO Até 1888, a produção cafeeira seria resultado do trabalho escravo em vastas propriedades agrícolas que paulatinamente tomaram conta das províncias do Rio de Janeiro, de São Paulo, de Minas Gerais e da Bahia. O café teve a característica de organizar todo um subsistema econômico de negócios ligados à exportação, como casas de financiamento, armazenamento, embalagem, expedição, navegação e comercialização. Seu cultivo, em regiões próximas à Corte, acarretou a redução do peso político e econômico do nordeste, marcado pela cultura canavieira.
O novo ciclo histórico balizou a economia e fomentou centralização do Estado nacional em formação. O governo imperial e as oligarquias que giravam ao seu redor se fortaleceram perto da metade do século, após o fim de uma série de rebeliões provinciais iniciadas após a Independência.
Ao dinamizar a atividade econômica, o café ensejou algumas iniciativas governamentais destinadas a aumentar a arrecadação fiscal e a consolidar a unidade política e territorial do país. As principais medidas institucionais foram a Tarifa Alves Branco, de 1844, a Reforma Monetária, de 1846, o Código Comercial, a Lei de Terras e o fim do Tráfico Negreiro, em 1850.
espero ter ajudado
bons estudos