• Matéria: Português
  • Autor: deslaine
  • Perguntado 9 anos atrás

(ENEM, 2013)
O apanhador de desperdícios
Uso a palavra para compor meus silêncios.
Não gosto das palavras
fatigadas de informar.
Dou mais respeito
às que vivem de barriga no chão
tipo água pedra sapo.
Entendo bem o sotaque das águas
Dou respeito às coisas desimportantes
e aos seres desimportantes.
Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas mais que a dos mísseis.
Tenho em mim um atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo.
Sou um apanhador de desperdícios:
Amo os restos
como as boas moscas.
Queria que a minha voz tivesse um formato
de canto.
Porque eu não sou da informática:
eu sou da invencionática.
Só uso a palavra para compor meus silêncios.

BARROS, Manoel de. O apanhador de desperdícios. In. PINTO, Manuel da Costa. Antologia comentada da poesia brasileira do século 21. São Paulo: Publifolha, 2006. p. 73-74.

Os três últimos versos do poema da questão anterior (Porque eu não sou da informática / eu sou da invencionática. / Só uso a palavra para compor meus silêncios) permitem inferir que a linguagem literária dispõe de liberdade. Tal liberdade não é própria de outras linguagens. Estão entre estas:


a) a linguagem jurídica e a da poesia moderna;


b) a linguagem dos documentos cartoriais e a dos cordéis;


c) a linguagem dos textos temáticos das teses científicas e a das notícias jornalísticas;


d) a linguagem oficial dos documentos públicos e a das propagandas;


e) a linguagem técnica e o “internetês”.

Respostas

respondido por: Direitounicpva
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c) a linguagem dos textos temáticos das teses científicas e a das notícias jornalísticas.

deslaine: correta!
LCasadei: correto!
gisaadm2014: correta
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