• Matéria: Português
  • Autor: Leticiavitoria572
  • Perguntado 7 anos atrás

preciso de um pequeno poema falando do heroísmo de João Cândido Felisberto quanto a nação negra brasileira.​

Respostas

respondido por: thaynagril01
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A Volta

Vigia os ventos do mar, marinheiro!

_ Eu nasci naquelas terras

que nunca viram este mar.

Um dia meu pai me disse:

vai menino

rebelde ah! deixa estar

           escola de pobre é marinha,  

           aprende o jogo do mar.

Antonio! José! Berilo!

Vigia os ventos do mar!

Tua gente está falando: para onde?

Para onde vão te levar?

           _ Na marinha, dura liça,

            muito bravo conheci.

         

            Meu avô sempre contava

           a história que conto aqui.

 

          Era o tempo do chicote

          surrando marujo até

          deixar caído no chão

          mas um dia um batalhão  

          bradou:

          marujo escravo não é!

         Um negro então comandou.

           

         Mil novecentos e dez.

         

        Oh!  água de Guanabara

     

        quanto mistério guardou,`

        muita cabeça cortada

        por seu crime então pagou.

       O gume das machadinhas,

        oficiais, degolou.

     

        A boca de dez canhões

       a cidade ameaçou,

         

        logo o governo fugiu,

 

       João Cândido ganhou.        

        Tempos depois numa ilha

        o governo se vingou,

       duzentos marujos vivos  

      e bravos, ele queimou.

       Ilha das Cobras!

 

        Este nome nos ficou

       

       desta história de marujo

      valente e bom, como eu sou.

Vigia os ventos do mar, marinheiro!

Antonio! José! Berilo!

Vigia os ventos do mar!

Tua gente está falando: para onde?

Para onde vão te levar?

Segues rumo da Coreia? Marinheiro!

Vigia os ventos do mar!

Aqui te espera a morena

dos olhos cor de avelã.

Vigia: será o porto de Santos

ou dunas de Itapoã?

Tua gente está falando: para onde?

Por trinta milhões de dólares

os gringos vão te levar.

O coreano é trigueiro,

feito eu e tu, marinheiro.

Marinheiro, volta o leme

vigia as ondas do mar.

Aqui te espera teu povo,

a casa é tua. Podes entrar.

Os gringos governam a casa,

tu és um homem, não curvas à frente,

por isto deves voltar.

Antonio! José! Berilo!

Vigia os ventos do mar!

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