preciso de um pequeno poema falando do heroísmo de João Cândido Felisberto quanto a nação negra brasileira.
Respostas
A Volta
Vigia os ventos do mar, marinheiro!
_ Eu nasci naquelas terras
que nunca viram este mar.
Um dia meu pai me disse:
vai menino
rebelde ah! deixa estar
escola de pobre é marinha,
aprende o jogo do mar.
Antonio! José! Berilo!
Vigia os ventos do mar!
Tua gente está falando: para onde?
Para onde vão te levar?
_ Na marinha, dura liça,
muito bravo conheci.
Meu avô sempre contava
a história que conto aqui.
Era o tempo do chicote
surrando marujo até
deixar caído no chão
mas um dia um batalhão
bradou:
marujo escravo não é!
Um negro então comandou.
Mil novecentos e dez.
Oh! água de Guanabara
quanto mistério guardou,`
muita cabeça cortada
por seu crime então pagou.
O gume das machadinhas,
oficiais, degolou.
A boca de dez canhões
a cidade ameaçou,
logo o governo fugiu,
João Cândido ganhou.
Tempos depois numa ilha
o governo se vingou,
duzentos marujos vivos
e bravos, ele queimou.
Ilha das Cobras!
Este nome nos ficou
desta história de marujo
valente e bom, como eu sou.
Vigia os ventos do mar, marinheiro!
Antonio! José! Berilo!
Vigia os ventos do mar!
Tua gente está falando: para onde?
Para onde vão te levar?
Segues rumo da Coreia? Marinheiro!
Vigia os ventos do mar!
Aqui te espera a morena
dos olhos cor de avelã.
Vigia: será o porto de Santos
ou dunas de Itapoã?
Tua gente está falando: para onde?
Por trinta milhões de dólares
os gringos vão te levar.
O coreano é trigueiro,
feito eu e tu, marinheiro.
Marinheiro, volta o leme
vigia as ondas do mar.
Aqui te espera teu povo,
a casa é tua. Podes entrar.
Os gringos governam a casa,
tu és um homem, não curvas à frente,
por isto deves voltar.
Antonio! José! Berilo!
Vigia os ventos do mar!