• Matéria: História
  • Autor: nathielly99
  • Perguntado 7 anos atrás

conclusão sobre China Imperial​

Respostas

respondido por: rosaliaalves1
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Resposta:

Quando, em 960, Taizu, o primeiro imperador da dinastia dos Song, procedia à reunificação da China depois dum breve período de desunião, talvez relacionado com a invenção da pólvora, um dos soberanos regionais pediu a independência. Sem um momento de hesitação, o imperador perguntou: «O que fez o teu povo de mal para ser excluído do Império?» Era inconcebível a ideia de uma qualquer província pretender isolar-se: as fronteiras imperiais abarcavam a Grécia e a Roma da Ásia oriental, a China era o mundo civilizado.

Não era diferente a convicção alimentada pelo letrado e falhado reformador Kang Youwei, que, quando já se estava em 1908, ainda acalentava a esperança de ser possível a recuperação nacional sob o domínio da periclitante dinastia dos Qing. O que o fez mudar de idéias foi o assassinato, nesse mesmo ano, de Guanxu, o imperador, de quem ele tinha sido conselheiro durante os abortados Cem Dias de Reforma, em 1898. Muito embora o desespero de Kang Youwei tenha significado um ponto de viragem nas atitudes dos Chineses em relação ao sistema imperial de governo, nem por isso representou qualquer abandono da confiança na importância central da civilização em si. Por muito traumatizante que tenha sido o colapso da China nos finais do século xix, princípios do século xx, quando nas nações estrangeiras vinha ao de cima em plena força o impacte da tecnologia moderna, poucos foram os chineses que alguma vez duvidaram da sobrevivência do seu país como grande potência. Pode em parte residir nessa crença a impermeabilidade da China à modernização, até à fundação da República, em 1911.

O Japão, pelo contrário, sempre fora mais aberto às influências estrangeiras, nomeadamente à da China imperial, à qual durante mais de um milénio foi beber com grande sofreguidão: o método de auto-defesa que adoptou em 1868 foi o da eliminação pura e simples do feudalismo inoperante, substituído por um programa de ocidentalização selectiva.

Fora do Japão, também as cidades portuárias coloniais — Calcutá, Bombaim, Madrasta, Carachi, Colombo, Singapura, Batávia e Manila — criaram élites asiáticas ocidentalizadas, para as quais a independência nacional era uma meta a perseguir sem sentimentos de culpa ou de contradição. O mesmo não se passava em Xangai e Tianjin, apesar do interesse de Kang Youwei pelas instituições dos Portos do Tratado, os centros de comércio internacional impostos à China em 1842. Em contraste com a Índia colonial, onde o domínio estrangeiro fomentava ao mesmo tempo uma consciência nacional e a tolerância em relação aos modelos ocidentais de governo e administração, a presença de enclaves europeus agressivos nos Portos do Tratado só contribuiu para aguçar a tradicional tendência chinesa para a identidade auto-suficiente e autocentrada. A intervenção de tropas estrangeiras só impressionava pela superioridade do seu armamento.

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