• Matéria: Artes
  • Autor: pattricia121
  • Perguntado 9 anos atrás

A partir das ideias de Jorge Coli assinale a alternativa que melhor argumenta sobre os processos para definir arte:

“...Sem dúvida, Cézanne é tido hoje em dia como um dos maiores nomes da pintura de todos os tempos. Porém, não podemos esquecer que o reconhecimento do seu valor foi tardio: enquanto viveu, o consenso geral recusou-se a julgá-lo positivamente, e esse também foi o caso de Van Gogh, de Gauguin e dos impressionistas — pintores de uma época em que havia justamente um conflito entre os critérios estabelecidos e a obra que eles produziam. Poderíamos pensar que somos hoje mais aptos a perceber o valor deles, que nossa sensibilidade é mais aberta a Van Gogh e a Cézanne que a do público de seu tempo, e teríamos razão. Seria entretanto abusivo acreditar que o nosso juízo de hoje determina o reconhecimento definitivo de Cézanne e Van Gogh. A crítica, amanhã, poderá nos mostrar que estávamos enganados, e que o interesse dessa pintura, afinal de contas, não era assim tão grande... São tantas as flutuações no tempo dos vários juízos sobre as artes, tantos os meandros traçados pelo que os italianos chamam de fortuna critica, isto é, pelos julgamentos da posteridade, que não sabemos mais a que nos ater. Por vezes, uma obra, um autor, parecem inabaláveis, como Homero, e eis que um grande nome da cultura, como Valéry ou Gide, traduzindo uma corrente de opinião, surge para afirmar que a Ilíada é insuportavelmente entediante. Com estes exemplos, colhidos um pouco ao acaso, já podemos chegar a uma constatação deprimente: a autoridade institucional do discurso competente é forte, mas inconstante e contraditória, e não nos permite segurança no interior do universo das artes”. COLI, Jorge. O que é arte, 1995, pp. 19, 21 e 22.

Respostas

respondido por: cintiadg
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b. O estatuto de obra de arte, oferecido a algumas produções ao longo do tempo depende dos discursos e critérios das autoridades ligadas à arte. Mas esses discursos e critérios não são objetivos ou imparciais, dependendo de juízos traçados pela posteridade, sobre os quais não é possível ter segurança. O que é considerado arte hoje poderá não ter o mesmo valor no futuro.
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