MÓDULO/FASE BII DISCIPLINAS
Filosofia da Religião História e Filosofia do Brasil
Tema: Fé e Razão PROBLEMA
Argumentos ontológicos, argumentos que buscam provar a existência de Deus, em geral se iniciam com uma definição. Essa definição busca apresentar uma caracterização de Deus. Santo Anselmo, por exemplo, define Deus como “aquilo do qual nada maior pode ser pensado”. Porém, há um problema com essa definição, inúmeros críticos apontam que com uma definição similar podemos provar a existência de qualquer objeto. Por exemplo, é possível provar a existência de uma ilha maximamente perfeita, isto é, uma ilha da qual nenhuma outra ilha maior pode ser pensada. Isso trivializa a prova da existência de Deus, porque, em tese, se com esse procedimento podemos provar a existência de qualquer coisa, então este não é um argumento ontológico efetivo. Essa foi uma problemática levantada por Mateus, filósofo e pesquisador, em um congresso na área.
QUESTÃO ORIENTADORA
1. Qual seria uma possível resposta a esse problema? 2. Como diferenciar Deus de uma ilha ou qualquer outro objeto existente?
Respostas
1 - Uma possível resposta a este problema é a mesma que Santo Anselmo dava ao mesmo tipo de objeção em sua época: o conceito de Deus é inerentemente incomparável (com exceção de ser tido como mais perfeito) com o de qualquer outra coisa, e se você usa um conceito de Deus que é menor que a suma perfeição então o que você está fazendo é abordar um outro conceito, que não o de Deus.
2 - É o próprio conceito (de suma perfeição) que diferencia Deus das demais coisas. A ideia de Santo Anselmo é que existir é uma perfeição (coisas que existem na realidade são melhores que coisas que só existem na imaginação) e que Deus é o único Ser que, conceitualmente, pode ser dotado de TODAS as perfeições. Nenhum outro conceito pode ter esta mesma característica, de modo que a diferenciação não é necessária para quem compreendeu o conceito e não o usa de maneira equivocada.