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Bruno tem nove anos e não sabe nada sobre o Holocausto e a Solução Final contra os Judeus. Também não faz ideia de que seu país está em guerra com boa parte da Europa, e muito menos de que sua família está envolvida no conflito.
Na verdade, Bruno sabe apenas que foi obrigado a abandonar a espaçosa casa em que vivia em Berlim e mudar-se para uma região desolada, onde ele não tem ninguém para brincar nem nada para fazer.
Da janela do quarto, Bruno pode ver uma cerca, e, para além dela, centenas de pessoas de pijama, que sempre o deixam com um frio na barriga. Em uma de suas andanças Bruno conhece Shmuel, um garoto do outro lado da cerca que curiosamente nasceu no mesmo dia que ele.
Conforme a amizade dos dois se intensifica, Bruno vai aos poucos tentando elucidar o mistério que ronda as atividades de seu pai. O Menino do Pijama Listrado é uma fábula sobre amizade em tempos de guerra, e sobre o que acontece quando a inocência é colocada diante de um monstro terrível e inimaginável.
Minha Leitura
Faz bastante tempo que esse livro circula na minha lista de leituras e agora que consegui adquiri-lo finalmente matei a vontade de ler e descobri o porquê de a maioria das pessoas gostarem desse livro.
A história é narrada em terceira pessoa, mas ao mesmo tempo em que temos um narrador observador, temos também um narrador que parece contar a história como o personagem principal, Bruno, contaria, ele fala como o menino e explica bem suas atitudes, portanto apresenta uma escrita/linguagem simples e que pode ser facilmente compreendida por qualquer um.
"Ele juntou os pés e ergueu o braço direito no ar antes de bater um calcanhar no outro e dizer numa voz tão profunda e clara quanto possível - tão parecida com a do pai quanto ele conseguia fazer - as palavras que dizia sempre que saía da presença de um soldado.
"Heil Hitler", disse, o que Bruno presumia ser outra forma de dizer: "Bem, até logo, tenha uma boa tarde."" (Pág: 53)
Assim, é uma leitura que pode ser facilmente feita por uma criança, porém o principal dessa obra é o que está nas entrelinhas, o que muitas crianças talvez não saberão identificar, assim como Bruno. A história se desenrola em meio ao Holocausto, mas Bruno não sabe o que significa tudo aquilo, como fica bem claro no início, ele não sabe nem mesmo dizer em que consiste o trabalho do pai. É importante destacar que o livro não faz uma abordagem aprofundada do assunto e talvez nem essa seja mesmo sua intenção. Acredito que o autor quis pegar um gancho na história para criar uma grande metáfora dos dias atuais.
Foi isso que pude entender com a última frase do livro, na qual sarcasticamente o autor diz que jamais cairíamos num poço tão profundo da história da humanidade quanto foi o massacre dos judeus. Na verdade, o autor quis trazer a tona o preconceito que ronda na sociedade, pelo que entendi ele nos quis mostrar que embora não tenhamos chegado a este ponto, o preconceito continua sendo um grande mal que cerca a sociedade e que ainda não foi eliminado,apenas se manifesta de diferentes formas.
"Lentamente, ele voltou a cabeça para Shmuel, que não estava mais chorando; o menino apenas olhava para o chão, dando a impressão de que tentava convencer sua alma a não mais habitar o pequeno corpo e a fugir pela janela e voar bem alto até o céu, indo o mais longe possível." (Pág: 150 )
É importante mencionar também a visão ingênua de Bruno, que acredita (com razão) que todos são iguais, é essa visão pura de uma criança que devemos ter. E assim como ele, também devemos oferecer nossa amizade, nossa mão amiga a todos aqueles que precisam da gente, pois muitas vezes nós também estamos precisando disso e não percebemos por conta de preconceitos bobos que temos enraizados.
Portanto, considero O menino do pijama listrado uma leitura envolvente, fácil, terna e que traz uma final ao mesmo tempo surpreendente, trágico e meigo.