Respostas
Resposta:
AOS PRANTOS, meu filho veio em minha direção, atropelando-se entre soluços e obstáculos:
- Que foi, pequenino? – envolvi-o em meus abraços, afagando-lhe a dor.
- P-p-pai, me compra um amigo? – disse, enxugando as lágrimas e com brilho nos olhos daqueles que possuem plena convicção do que dizem.
- Comprar um amigo? – estranhei o pedido, ofertando-lhe a impossibilidade empírica do fato por meio de um franzir de cenho.
Explicou-me toda a história, entre malabarismos e contorcionismos corporais, queixando-se de suas falsas amizades.
- Meu querido – adociquei a voz -, aprenda, desde já, que o ser humano é o bicho mais difícil de se lidar. – retirei o cabelo que caía em sua testa e aproximei-me de seu rosto. – Aprenda, também, antes de tudo, a perdoar as pessoas.
Aqueles olhos inocentes transpareciam a confusão que se instalara em sua mente. Pôs a mão no queixo, pensativo, olhou para o teto e, como que em um Eureka, disse:
- Obrigado, papai! – e saiu, correndo em desespero.
Após um nem tão curto lapso de tempo, chegou-me com uma folha de papel, meio amassada e muito rabiscada, agitando-a ao vento:
- Olha aqui, papai, o que eu fiz! – o sorriso juvenil iluminava seu semblante. – Veja se aprendi a lição!
Aqui transcrevo seu conteúdo, após as devidas correções gramaticais e inúmeras consultas ao dicionário grego-português.