Quais são os aspectos artísticos mais valorizados na ginástica artística?
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Respostas
Resumo
A terminologia, Ginástica Artística, sugere um grande papel estético para a modalidade e aponta um
cruzamento entre o fenômeno esportivo e a arte. O presente artigo busca discutir as premissas desse
cruzamento e coloca em pauta conceitos do campo da estética e constatações observadas no contexto
atual desse esporte. Nota-se que uma das grandes riquezas da modalidade reside justamente na união
desses dois fenômenos, mas que na realidade prática o conteúdo artístico tem sido negligenciado, pouco
valorizado ou subaproveitado. O Brasil pode deixar a sua marca no cenário mundial da Ginástica Artística
através da combinação, do hibridismo e da inventividade que são características da estética brasileira
e que podem infl uenciar o conteúdo expressivo e artístico deste esporte.
PALAVRAS-CHAVE: Estética; Ginástica artística; Arte; Código de pontuação.
Apesar do processo de mudanças pelo qual
passou no decorrer dos anos, a Ginástica Artística
(GA) continua vividamente expressiva e criativa e
revela sua aproximação com a arte1
. De acordo com
ARKAEV E SUCHLIN1
, a GA está conectada com a “arte
do movimento”.
PALMER2
reflete que a atual nomenclatura instiga
algumas das questões problemáticas sobre como
este esporte poderia ser compreendido como sendo
artístico. E, como o produto artístico de uma performance poderia ser sensivelmente avaliada.
Podemos supor, portanto, que essa manifestação
de ginástica, ainda que atenda aos preceitos de um
esporte, mantenha de algum modo uma relação com a
arte. Mas, quais seriam essas relações? A denominação
é lícita ou se trata apenas de uma aproximação falaciosa
entre fenômenos distintos? De fato, uma vez que as
questões artísticas da ginástica raramente são objeto de
pesquisa, de certa forma, sentimo-nos incomodados e
duvidosos sobre a pertinência desse termo.
Conforme BORTOLETO3
, a GA possui uma característica estética inerente e significativa que lhe
garantiu, em grande medida, o sucesso adquirido
ao longo dos tempos. Essa questão estética da GA
advém dos primórdios da modalidade. POWELLa
citado por PALMER e SELLERS4
cita que Aristóteles
já relacionava a ginástica, compreendida como a
prática de atividade física, com a arte o que nos
permite inferir que desde o período clássico há uma
reflexão sobre o componente artístico da GA na sua
essência. Corroboramos PALMER e SELLERS4
que esse
aspecto, talvez, não seja suficiente para reivindicar
o componente artístico da modalidade, mas indica
que havia características apreciáveis de caráter estético na atividade gímnica daquele período que, no
decorrer de muitos séculos, passou por mudanças
significativas advindas de profundas transformações
socioculturais e políticas, que influenciaram a constituição da GA no momento atual5
.
O rigor técnico e a evolução esportiva da GA apontam
para horizontes menos artísticos, mais funcionalistas
ou produtivos com vista ao alto rendimento. Talvez a
arte, com sua costumeira abstração, não tenha espaço
no pragmatismo do treinamento dessa modalidade
esportiva que, a cada dia, eleva os seus critérios de
avaliação técnica, conforme podemos observar em
OLIVEIRA e BORTOLETO6
e na própria concepção do
Código de Pontuação atual. É possível inferirmos que
544 • Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2013 Out-Dez; 27(4):543-51
Roble OJ, et al.
esse incremento nos critérios de avaliação intencione
estabelecer parâmetros diferenciadores, pois a nota
máxima 10, que deixou de existir com o Código de
Pontuação aberto, parecia não atender mais a este
propósito como fora outrora. Por outro lado, a falta
de uma nota máxima, limite atingível, fez com que
técnicos e atletas buscassem estratégias para elevar
o grau de dificuldade de suas séries e cometer o
mínimo de erros na execução. E, uma dessas táticas,
foi acrescentar elementos acrobáticos complexos e
suas ligações. Desta forma, talvez a arte, a coreografia,
a dança, a criação, tiveram que ceder espaço para os
Resposta:
ginástica artística, também conhecida no Brasil como ginástica olímpica,[1] é uma das modalidades da ginástica. Por definição, de acordo com o Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, a palavra vem do grego gymnastiké e significa - "A Arte ou ato de exercitar o corpo para fortificá-lo e dar-lhe agilidade. O conjunto de exercícios corporais sistematizados, para este fim, realizados no solo ou com auxílio de aparelhos são aplicados com objetivos educativos, competitivos, terapêuticos, etc."[2]
Historicamente, enquanto forma de prática física, a ginástica surgiu na Pré-História. Contudo, veio a se tornar uma modalidade esportiva apenas em 1881, em escolas alemãs tipicamente masculinas. Desse modo, a ginástica artística consagrou-se como a forma mais antiga do desporto e em decorrência disto, sua história é constantemente confundida com a da ginástica em si, o que não fere sua evolução artística individual posterior. Mais tarde, em 1896, até então praticada somente por homens, passou a ser um esporte olímpico, e em 1928 as mulheres puderam participar nos seus primeiros Jogos. No ano de 1950, a ginástica passou a ser praticada – nos aparelhos – da forma como se conhece hoje. Apesar de despontar para o mundo como um esporte inicialmente masculino, a ginástica tornou-se uma prática mais ativa entre as mulheres.[3] Em decorrência disso, os eventos artísticos femininos tornaram-se mais disputados, admirados e destacados entre todas as modalidades do esporte.
As apresentações da ginástica artística são individuais - ainda que nas disputas por equipes -, possuem o tempo aproximado de trinta a noventa segundos de duração, são realizadas em diferentes aparelhos - sob um conjunto de exercícios - e separadas em competições femininas e masculinas.[4]
Os movimentos dos ginastas devem ser sempre elegantes e demonstrarem força, agilidade, flexibilidade, coordenação, equilíbrio e controle do corpo.
Explicação: