Com a globalização e a busca por vantagens competitivas, as cadeias globais passaram a fazer parte do mundo empresarial, e “mesmo as grandes empresas passaram a adotar novas estratégias, como a transferência de suas unidades industriais para outros países. As matrizes concentraram as atividades de marketing, design e gerenciamento das marcas nos países desenvolvidos enquanto a produção foi redirecionada para os países asiáticos com mão-de-obra barata e abundante”. (SANTANA, 2014, p. 122).Considerando a citação apresentada e os conteúdos abordados ao longo da disciplina, identifique organizações que possuem uma cadeia de suprimentos integrada em diversos países (cadeias globais), buscando destacar os elementos da cadeia de suprimentos.
Respostas
As cadeias globais de valor são corretamente definidas como as atividades necessárias para que os produtos possam ser planejados, produzidos, e posteriormente, entregues ao consumidor final.
Assim, o comércio é um importante exemplo desse tipo de cadeia, que se dá na maioria das vezes por intermédio da relação entre países pobres e ricos, além de ser comprovado que essa cadeia tornou-se benéfica para os países mais pobres.
Resposta:
Em busca de um bom exemplo de organização que possuísse uma cadeia global de suprimentos, encontrei um artigo sobre o comércio de couro e calçados, e a inserção do Brasil nesse mercado.
A Cadeia Global de Valor é entendida como o conjunto de atividades que abrange o design, a produção e as vendas de um produto, permite que o desenvolvimento do produto, a produção e atividades de marketing sejam decompostos entre empresas distintas que podem, inclusive, estar organizadas geograficamente em locais diferentes.
A governança de cadeia se faz muito importante, pois economias de escala, e todas as outras vantagens geradas pela concentração geográfica, serão absorvidas pelas empresas que estiverem no controle da cadeia de valor.
Na etapa de produção de calçados o artigo identifica dois tipos de empresas: as firmas (locais atuam na produção de matérias-primas, componentes e calçados) e as transnacionais, possuem atuação global e são proprietárias ou detentoras de grande parte da participação acionária das empresas em diversos países.
Já na etapa de logística e comércio, podemos distinguir as empresas varejistas (que se subdividem em cadeias de lojas de departamento) dos grandes atacadistas e agentes distribuidores. Configurando-se como uma indústria bastante dinâmica, vários países migraram de produtores para se especializar no comércio varejista (Estados Unidos e Japão) enquanto outros países passaram a atuar como traders em detrimento da confecção em si (Coreia do Sul e Hong Kong). Países emergentes como o Brasil, o México, a China, a Índia, a Indonésia, a Tailândia e o Vietnã se especializaram na elaboração dos calçados, enquanto a França dedicou-se à criação e marketing. Os produtos de qualidade superior e com design diferenciado concentraram-se na Espanha e na Itália.
Taiwan, Brasil e México: produção voltada tanto para o mercado doméstico, quanto direcionada ao mercado internacional. É formada por empresa de todos os portes. Aglomerações industriais: Taiwan – Taichung e Formosa; Brasil – Birigui, Campina Grande, Franca, Jaú, Juazeiro do Norte, Nova Serrana, São João Batista e Vale do Sinos; México – León, Guadalajara e Cidade do México.
No contexto da integração do Brasil às Cadeias Globais de Valor é importante compreender mais profundamente a estrutura do terceiro grupo, comparando as experiências do México, de Taiwan e do Brasil.
Tipologia de modernização industrial No setor de calçados, países como Vietnã, Paquistão e Tailândia, recebem insumos e processos semiacabados, realizam atividades simples de montagem e retornam o produto ao cliente para outras operações. Portanto, agregam baixo valor ao produto final e possuem produção em larga escala.
No segundo e terceiro grupos, estariam Brasil, México e Taiwan, pois executam atividades de design (em alguns casos, especialmente em empresas de médio porte) e possuem capacidade de gestão da cadeia de fornecedores. Taiwan conseguiu avançar na cadeia de valor por meio de uma estratégia própria. China, Índia e Indonésia encontram-se em uma posição intermediária. Os países europeus, como Itália e Espanha, inserem-se no quarto grupo, com forte investimento em desenvolvimento do produto, design, qualidade e gerenciamento de marca própria. A França, por sua vez, opera com características de global buyers e OBM, atuando principalmente no mercado de alto luxo e segmento esportivo, em pequena escala e com artigos que ditam as tendências da moda. O posicionamento estratégico do Brasil nas Cadeias Globais de Valor envolve o seu comportamento quanto às estratégias de fortalecimento da competitividade da indústria calçadista. A abertura comercial implementada ao longo dos anos 1990 e a subsequente sobrevalorização da moeda brasileira contribuíram para reorientar a indústria calçadista nacional para o mercado interno, que começaria a sofrer com a concorrência dos produtos asiáticos, especialmente no segmento de calçado de baixo custo.
Explicação: