• Matéria: Ed. Física
  • Autor: adriani21
  • Perguntado 7 anos atrás

Capoeira Angola= história filosófia características da capoeira. capoeira regional= história filosófia característica da capoeira​

Respostas

respondido por: henrique128990
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Capoeira de Angola é uma manifestação da cultura popular brasileira onde coexistem aspectos normalmente compreendidos de forma segmentada pela cultura que se fez oficial, como o jogo, a dança, a mímica, a luta e a ancestralidade, unidos de forma coesa, simples e sintética. Possui suas origens em elementos da cultura de várias matizes de povos africanos que foram escravizados e mantidos em cativeiro no Brasil do século XVI até o final do século XIX, sincretizados com elementos de culturas nativas (povos indígenas) e de origem europeia.

História

Desde o início de sua formação até os dias de hoje, a capoeira diferenciou-se em diferentes "estilos", cada um marcado por suas visões próprias, hábitos específicos e interações com a cultura local de cada região. Atualmente, essas diferentes leituras acerca da capoeira estão manifestadas através da prática dos diferentes grupos e declaradas em duas principais vertentes: a capoeira de Angola, que possui como referência Mestre Pastinha, e a capoeira regional, que tem como seu principal personagem Mestre Bimba.

A capoeira Angola, diferencia-se da luta regional baiana de Mestre Bimba por possuir maior enfase em características como o jogo, a brincadeira e a busca pela ancestralidade, possuindo em regra movimentos mais lentos, rasteiros e lúdicos. Na "roda de Angola" coexistem diferentes estéticas relativas aos seus diversos grupos e a individualidade de cada "angoleiro", onde o objetivo é a busca intensiva e recíproca pelo "axé", dentro dos fundamentos da arte.

A capoeira Angola não tem uma data definida em que teria sido criada, nem uma pessoa a quem possamos atribuir com certeza a sua criação. Apesar disto, sempre que falamos de capoeira Angola temos o nome de Mestre Pastinha (Vicente Ferreira Pastinha, 1889 - 1981) associado a ela. Pastinha foi um grande defensor da capoeira Angola, divulgando-a e introduzindo-a na sociedade de um modo geral, fazendo, assim, com que a capoeira deixasse de ser vista tão somente como uma luta marginalizada praticada por vândalos e arruaceiros, ao mesmo tempo em que criava a primeira escola de capoeira angola criada no Brasil.

Pastinha defendia arduamente a capoeira Angola, e pretendia, assim, fazer com que esta mantivesse sua força, não perdendo suas principais características. Para isto, divulgou a capoeira até onde pôde e como pode: fez muitas viagens ao exterior, inclusive para África, como principal representante da capoeira. Pastinha também formou muitos alunos, garantindo, assim, o futuro da capoeira angola.

Atualmente, existem algumas associações que representam exclusivamente a capoeira Angola e buscam, principalmente, resgatar as antigas tradições dessa capoeira, já que não só ela, mas a capoeira no geral, evoluiu e hoje em dia apresenta diferenças próprias da renovação das tradições. Graças ao esforço de muitos Mestres e pessoas envolvidas com a capoeira.

respondido por: alexferreira95
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Resposta:Relataremos a experiência de um trabalho que pretendeu estabelecer um diálogo ou interação entre a filosofia, em seu ambiente educacional, e a capoeira, destacando-se a tradição da Capoeira Angola criada pelo mestre Pastinha. Tal projeto é fruto da inquietação de dois professores de filosofia na Educação Básica e praticantes da Capoeira Angola que viram na realização da interação entre estas práticas a possibilidade de pensar a Capoeira Angola como uma arte possuidora de compreensões do homem e do mundo, ou seja, possuidora de uma filosofia, de um modo de pensar e agir: assim como também apresentar aos alunos uma imagem de filosofia como sendo uma prática transformadora da vida, isto é, como um exercício de reflexão e construção da vida, algo que deve ser transmitido de maneira ativa, fazendo com que os estudantes se reconheçam como sujeitos construtores de significados para sua vida e sociedade. Acreditamos que o exercício filosófico não se resume a uma simples transmissão de conteúdos e conceitos tradicionais da história da filosofia, eminentemente eurocêntrica, mas sim na ativação de uma reflexão crítica sobre as questões e práticas que cercam a vida humana. Pensamos que um caminho trilhável para o exercício ativo da filosofia seria o diálogo entre a filosofia e outras práticas, conceitos e saberes que de certo modo fazem parte da realidade dos alunos. Escolhemos a capoeira, mas poderia ser o funk, rap, religião, violência, entre outros. Outro motivo que nos levou a realizar esta atividade é o fato de na atualidade observamos um desapego às culturas afro-brasileiras, passadas em períodos específicos no nosso calendário, porém pouco entronizadas em nossa coletividade.

O objetivo principal deste diálogo foi, entre outras coisas, pensar a capoeira não só como um movimento de expressão corporal, que tem como arcabouço toda uma tradição cultural oriunda da África e como terreno de desenvolvimento as terras brasileiras, mas também como um movimento filosófico, que promove compreensões da existência humana e seu agir no mundo. Ou seja, a ideia não passa tanto por uma filosofia da capoeira, mas sim uma capoeira filosófica, numa interseção entre um pensamento que ginga e uma ginga que pensa.

Optamos por trabalhar com dois conceitos que serviram de ponto de partida para a realização dessa interação entre filosofia e capoeira nas aulas do Ensino Médio. Os conceitos escolhidos foram o de Ubuntu e o de Resistência. Apresentaremos aqui as reflexões realizadas a partir desses conceitos e as propostas de atividades pensadas para exercitá-los com os alunos.

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