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QUITO - O Equador não é só o paraíso natural das Ilhas de Galápagos com sua singular e endêmica fauna que mudaram o mundo através do olhar genial de Charles Darwin. No continente, o pequeno país sul-americano (o único além do Chile a não fazer fronteira com o Brasil), é possível ter experiências que escapam ao lugar-comum como ver a neve cair devagar aos pés de majestosos vulcões ou explorar cavernas subterrâneas com cachoeiras na Floresta Amazônica.A principal porta de entrada de turista no país é a capital, Quito. Aos pés do Vulcão Cotopaxi, símbolo da nação de mais de 15 milhões de habitantes, a cidade está rodeada por vulcões andinos. A 2.800 metros de altitude, a capital tem clima seco e um trânsito caótico que não perde em nada para Rio e São Paulo. O centro histórico, que lhe garantiu ser reconhecida pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade, em 1978, é bem conservado e movimentado.
A 30 quilômetros ao norte de Quito está a Mitad del Mundo. O meio do mundo é um marco geográfico da Linha do Equador, que separa os hemisférios Sul e Norte. Não é um passeio inesquecível, mas vale para tirar uma foto ao lado do “ovo de Colombo" (o ovo em pé) e colocar nas redes sociais. No caminho, aproveite para provar os tradicionais helados de pailas, sovertes artesanais típicos do país produzidos em tachos de cobre imersos em gelo e sal. O sorvete não tem conservantes, nem leite. Só a fruta e açúcar.
Voltando à metade do mundo, ela fica ao lado da pequena San Antonio, cidade que abriga o marco geodésico e o menor parque nacional do Equador, a Reserva Geobotânica Pululahua. Ali é possível observar um dos 88 vulcões existentes no país.
Se o caminho for o sul do país, passando pela Avenida dos Vulcões, não deixe de provar o onipresente cuy (a maioria nem tenta): um lindo e apetitoso porquinho-da-índia servido frito em óleo quente ou assado no espeto. Quando pronto, sua pele fica crocante e a carne, untuosa. Com um copo de suco de tamarilho ou uma ardente chicha, então, fica ainda melhor. Também é excelente pedida para acompanhar uma Club — a cerveja mais vendida no país e servida estupidamente gelada em boa parte dos bares e restaurantes.
Cruzando os Andes é possível se aventurar nas corredeiras e trilhas intensas e perigosas da Amazônia equatoriana, apenas a quatro horas de carro da capital. Pelo caminho, outro patrimônio listado é a bela cidade de Cuenca, com igrejas e edifícios coloniais e ruas calçadas de pedras e uma deliciosa atmosfera de América hispânica.
Agora ponha na cabeça um chapéu panamá, que é original do Equador; bote na carteira alguns dólares americanos, a moeda oficial do país, e pé na estrada.
AVENIDA DOS VULCÕES. VISITAS A GIGANTES GEOLÓGICOS
Esqueça a comodidade dos cruzeiros que levam os turistas ao Equador para conhecer o Arquipélago de Galápagos. Saia de Quito de carro. Pegue a estrada e siga para o sul, rumo a uma região pouco explorada por brasileiros na Cordilheira dos Andes: a Avenida dos Vulcões.
Conhecer os vulcões equatorianos é aprender um pouco sobre a formação desse pequeno país sul-americano. O Equador está localizado entre duas placas tectônicas e na borda de uma formação geológica chamada de Anel de Fogo do Pacífico, que concentra mais de 600 vulcões no mundo, do Japão até a América do Sul. Desses, 80 estão no Equador.
As regiões vulcânicas viraram um atrativo para turistas que buscam fugir dos roteiros tradicionais. Por serem mais produtivas, concentram a maioria da população do país, desde os primeiros colonizadores. Nem o risco oferecido por ser uma área de alta instabilidade geológica afasta os moradores.
Localizado no coração do país, a Avenida dos Vulcões é de tirar o fôlego. Majestosos gigantes geológicos estão cravados na paisagem circundados por pequenas vilas de agricultores e aldeias indígenas perdidas no tempo.