Respostas
dos extremistas sunitas do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) no norte do país levou o governo americano a intervir no conflito e pode acabar por exercer impacto também em nosso vocabulário.
Desde a Revolução Iraniana de 1979, a palavra “xiita” se consolidou entre nós, de modo informal mas incontestável, com o sentido pejorativo e quase exclusivo de fundamentalista, fanático, radical – qualquer que seja o credo ou área de atuação em que tal fanatismo se expresse, mas em especial na política.
Ocorre que no Iraque de hoje os xiitas, embora sejam a maioria da população, estão na defensiva, enquanto o radicalismo fundamentalista casado com o puro terror foi abraçado por uma parcela de seus opositores históricos, os sunitas.
Trata-se de duas palavras oriundas do árabe que o português acolheu em fins do século XIX, registradas pela primeira vez num dicionário por Cândido de Figueiredo em 1899. Referem-se a correntes antagônicas da fé islâmica.
O xiismo (não confundir com nosso vocábulo “xiitismo”, sinônimo de radicalismo e intolerância), fundado no século VII por um genro de Maomé, advogava que apenas membros da família do profeta poderiam ser seus herdeiros políticos e religiosos.
O sunismo reconhecia a autoridade dos califas que não tinham laços sanguíneos com Maomé. Historicamente, tal divisão deixou os sunitas numa posição menos ortodoxa