É COMO SE FÔSSEMOS EXTINTOS NOVAMENTE Índios de quatro etnias correm da Aldeia Maracanã até o Museu Nacional para tentar salvar do fogo registros de linguagem e cantos falados por tribos desaparecidas Assim que avistaram as chamas no Museu Nacional, indígenas da Aldeia Maracanã correram até o prédio histórico da Quinta da Boa Vista, na Zona Norte do Rio de Janeiro, a dois quilômetros dali. Foram a pé até o prédio, que àquela altura era consumido pelo fogo. Eles eram historiadores e pesquisadores da cultura dos povos originários do Brasil e passaram boa parte dos últimos anos debruçados sobre o acervo do museu. Ao se deparar com os portões trancados, os seis indígenas saltaram as grades e se aproximaram da fachada. Acompanharam de perto a destruição de parte signifcativa da história de seus povos e do Brasil. Pouco ou nada restou do Centro de Documentação de Línguas Indígenas, o Celin, que preservava referências de povos indígenas documentadas há pelo menos duzentos anos. As línguas faladas por tribos extintas, os cantos, os discursos de seus líderes – agora, perdidos. Era o que temiam os índios que viram da aldeia o fogo no museu. Um deles, o historiador Daniel Tutushamum Puri, de 42 anos, assistia em silêncio às labaredas que consumiam objetos, fotografas e registros orais de seu povo, os puri, considerados extintos pela Fundação Nacional do Índio. "O material que estava ali servia de base para pesquisas do nosso povo e de muitos outros povos nativos do Brasil. Era uma forma de ter reconhecida nossa cultura e afrmar nossa existência. Sem eles, é como se fôssemos extintos novamente", disse Tutushamum, que é mestre em Educação pela USP. ZAHUR, Camila. Revista Piauí set/2018 A escrita e a oralidade, nas diversas culturas, cumpremdiferentes objetivos. O fragmento aponta que as sociedadesindígenas brasileiras foram mais prejudicadas com o incêndio,devidoA ao despreparo no armazenamento dos arquivos quemantinham seus saberes.B à extinção de diversas manifestações linguísticas que erammantidas exclusivamente pelo Museu.C à necessidade de reconstituição dos materiais queimadosno Museu para a permanência da preservação linguística.D ao escasso reconhecimento de seus saberes linguísticos noacervo do Museu.E à provisória difculdade de acesso a sua história, até areconstituição dos arquivos
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As sociedades indígenas brasileiras foram mais prejudicadas com o incêndio, devido:
B) à extinção de diversas manifestações linguísticas que eram mantidas exclusivamente pelo Museu
> O Centro de Documentação de Línguas Indígenas, o Celin, presente no Museu Nacional, preservava referências de povos indígenas documentadas há pelo menos duzentos anos.
Com o incêndio, foram perdidos as línguas faladas por tribos extintas, os cantos, os discursos de seus líderes, objetos, fotografas e registros orais de povos indígenas considerados extintos pela Funai.
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