• Matéria: ENEM
  • Autor: richardplay4724
  • Perguntado 7 anos atrás

Leia o texto a seguir e responda às questões. Entrevista com o demógrafo Roberto Luiz do Carmo Em 1798, um economista britânico chamado Thomas Malthus formulou uma teoria populacional que previa um apocalipse de fome e guerra se a população humana não parasse de crescer. Sua ideia era que a população cresceria em progressão geométrica, enquanto nossa capacidade de produzir alimentos só cresceria em progressão aritmé­ tica. Logo, em um futuro próximo, faltaria comida para alimentar tanta gente. Hoje, mais de dois séculos depois, a previsão não se confirmou. A população não parou de crescer e estamos todos, bem ou mal, vivos. Mas a teoria malthusiana ainda ressoa entre os mais alarmistas - principalmente agora que estamos atingindo o Índice de 7 bilhões de seres humanos. Como dar comida para essa multidão? Como impedir o colapso de nosso já desgastado meio ambiente? Para responder a essas perguntas, a GALILEU conversou com o demógrafo Roberto Luiz do Carmo, pesquisador do Núcleo de Pesquisas da População (NEPO) da Unicamp. Segundo o pesquisador, os cientistas de hoje não veem nenhum perigo decorrente de uma superpopulação humana. Nossas modernas técnicas de agricultura garantirão que não falte comida nas próximas décadas - se ainda há fome no mundo, é porque os alimentos são mal distribuídos, e não por causa do excesso de gente. [...] A in d a é possível dizer que uma superpopulação humana am eaça o planeta? Eu tomaria muito cuidado na abordagem dessa questão. Não é possível, de maneira alguma, sustentar uma posição catastrofista em relação ao crescimento populacional. Não existem elementos científicos para isso. O argumento malthusiano mostrou-se totalmente equivocado. Ou seja, mesmo com o crescimento populacional da segunda metade do Século XX, não houve uma crise significativa na produção de alimentos. Houve, pelo contrário, um aumento substancial nessa produção. As situações de fome que afligem muitos países de tempos em tempos, principalmente na Africa, derivam da incapacidade de inserção no mercado para compra desses alimentos. Ou seja, em nível do mercado global, existe uma produção capaz de atender a população mundial. O que não existe é acesso aos mercados por parte de alguns países. [...] E xiste algum a estim ativa de quantos seres humanos o planeta é capaz de carregar sem se exaurir? Joel E. Coehn no livro "How Many People Can the Earth Support?", publicado pela primeira vez em 1995, já deu a resposta que considero definitiva. Depois de reconstruir grande parte das avaliações realizadas historicamente sobre a "capacidade de suporte" do planeta, ele conclui o livro afirmando: "depende". Depende do nível de consumo e do tipo de uso que essa população faça dos recursos ambientais. Em um padrão de consumo muito baixo, a Terra pode sustentar muito mais do que os 7 bilhões atuais. Ao nível de consumo crescente em que vivemos, com o tipo de uso que se faz dos bens naturais, creio que já ultrapassamos o limite. O que sustenta o volume atual da população é, paradoxalmente, a desigualdade de acesso aos bens e à riqueza que caracteriza a organização da sociedade atual, com um grande volume de população vivendo em situações de baixíssimo consumo, e um grupo muito reduzido (embora crescente) de pessoas com um elevadíssimo padrão de consumo dos recursos. O grande desafio das próximas décadas é a busca da redução das desigualdades, sem que isso signifique dilapidação/contaminação dos recursos naturais. Mas isso exige um outro estilo de desenvolvimento econômico e social. Então M althus estava errado? Malthus estava totalmente equivocado. Em um exercício muito simples de imagina­ ção basta pensar: se não nascesse mais nenhum ser humano será que os problemas sociais e ambientais estariam resolvidos? Não estou também dizendo que o volume populacional não é importante. É sim fundamental. Mas existem outros aspectos que precisam ser considerados de maneira concomitante quando se analisa a questão populacional, como padrão de consumo e estilo de desenvolvimento. a) As teorias de Malthus não se cumpriríam porque o ser humano conseguiu ampliar as áreas cultivadas e a produtividade nos campos. Como isso foi possível? b) Explique a seguinte afirmação: "se ainda há fome no mundo, é porque os alimentos são mal distribuídos, e não por causa do excesso de gente". c) Em uma de suas respostas, o entrevistado cita um estudo sobre as estimativas de capacidade da Terra em sustentar a população que abriga. Explique a relação que ele estabelece entre população e consumo. Qual é o padrão de consumo estabelecido na atualidade?

Respostas

respondido por: brendaisis
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a. Por intermédio de medidas voltadas para o aumento da produção agrícola, bem como, por meio da tecnologia, que permitiu a ocorrência da Revolução Verde.

b. Correto. A fome no mundo está relacionada com a má administração governamental, tanto das terras produtivas, quanto da renda e do acesso à alimentação, e não com a ausência de alimentos.

c. A população e o consumo são diretamente proporcionais. Atualmente, o padrão entretanto, está mais voltado para o consumismo, onde há uso desmedido dos recursos.

respondido por: fefe3884
10

Resposta:

a. Por intermédio de medidas voltadas para o aumento da produção agrícola, bem como, por meio da tecnologia, que permitiu a ocorrência da Revolução Verde.

b. Correto. A fome no mundo está relacionada com a má administração governamental, tanto das terras produtivas, quanto da renda e do acesso à alimentação, e não com a ausência de alimentos.

c. A população e o consumo são diretamente proporcionais. Atualmente, o padrão entretanto, está mais voltado para o consumismo, onde há uso desmedido dos recursos.

Explicação:

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