• Matéria: Português
  • Autor: ericasilva2017g
  • Perguntado 7 anos atrás

No seu primeiro encontro romântico com uma garota, levou junto a mãe. Rapaz criado sob os mimos da mãe viúva e de duas tias solteironas, não se sentia seguro nem para assinar o próprio nome. A ausência de qualquer uma das três figuras femininas fazia com que Alfredo perdesse até a fala.

A independente Paloma, que se produzira para o grande encontro com tamanha vivacidade, agora olhava para a cena berrante com uma estranheza perturbadora.

– Oi Paloma, essa é minha mamãe.

Após uma eternidade para recuperar o fôlego, Paloma manteve o decoro e não tocou no assunto. Trocou dois beijinhos com o Alfredo, dois beijinhos com a mãe e se sentou à mesa do restaurante. Durante o jantar, a mãe, sob os tufos de cabelos brancos e uma pele desgastada, falava sem parar. Até de boca cheia. Falava sobre receitas, o clima, a violência da cidade, e sobre cada um dos programas de TV, desde os Bom Dia Qualquer Coisa até os Boa Noite Coisa Qualquer.


Crônica - Primeiro Encontro

Em dado momento, a mãe foi ao banheiro. Delicada como uma duquesa, disse sem rodeios:

– Dá licencinha que vou ali no banheiro dar uma urinadinha, mas já volto. Vocês esperem eu voltar pra conversar que não quero perder nadinha. – Era só o que faltava.

Foi só a figura embalsamada desaparecer, e Paloma disse entre dentes:

– Alfredo, você tá louco? Por que você trouxe sua mãe no nosso encontro?

– Ah, Paloma, me desculpe, mas eu não podia deixar a mamãe em casa. Ela tem medo de ficar sozinha.

– Medo de ficar sozinha? Medo de ficar sozinha? E o que eu tenho a ver com isso?

– Mas, o que você queria que eu fizesse?

– Eu queria que… – Falar e bufar são duas coisas difíceis de se fazer ao mesmo tempo. – Eu queria que você tivesse feito qualquer coisa, qualquer coisa: deixado ela sozinha, levado ela pra casa do vizinho, acertado ela com uma pá e enterrado no fundo do quintal, menos ter trazido ela com você pro nosso encontro.

– Puxa, Paloma. Como você é insensível. Até parece que nunca teve uma mamãe.

– Para, para. Ela não é sua “mamãe”.

– Como não?

– Ela é sua “mãe”. Você já tá crescidinho demais pra ficar com essa de “mamãe” daqui, “mamãe” dali.

– Na verdade, eu costumo chamar ela de “mamãezinha”, mas achei que você ia me achar meio infantil.

– Oh, você infantil? Imagina, Alfredo! Um homem que traz a “mamãe” num primeiro encontro não tem nada de infantil.

– Eu não gosto desse seu cinismo.

– Homens infantis fazem outras coisas: fazem xixi no penico, usam shampoo de bebê, e só dormem com a luz acesa.

Alfredo ficou embaraçado. Tentou desviar os olhos, mas o encabulamento o entregou.

– Eu não acredito, Alfredo. Eu não acredito. Qual dessas três coisas você faz ainda?

– Ééé…

– Todas elas

– Não, todas não. Eu não durmo com a luz acesa. Porque a luz incomoda a mamãe.

– O quê??? Você dorme com sua mãe?

– E com as minhas tias, também. Mas por elas, poderia deixar a luz acesa.

– Com as suas…? Não, não. Pra mim, chega. Adeus.

– Paloma, espera. Espera.

Apesar das súplicas de Alfredo, ela se levanta e desaparece de sua vista.

Quando a mãe volta, percebe o filho sozinho e triste, e pergunta:

– Que foi, meu bebê? Que cara é essa?

– Mamãe, tenho uma notícia triste pra te dar. A Paloma terminou com a gente.

5) o clímax da narrativa está expresso em:
a) "Alfredo, você ta louco? Por que você trouxe sua mãe no nosso encontro?"
b)" dá licencinha que vou ali no banheiro dar uma urinadinha, mas ja volto"
c)"puxa, paloma. Como você é insensível. Ate parece que nunca teve uma mamãe."
d)" quando a mãe volta, percebe o filho sozinho e triste e pergunta".

Respostas

respondido por: marisouzz345
3

Resposta:

a) " Alfredo, você tá louco? por que você trouxe sua mãe no nosso encontro?"

respondido por: graziellysouzase
0

Conforme a narrativa acerca do primeiro encontro romântico com uma garota, onde a mãe também foi junto, o clímax encontra-se no item a).

Qual a definição de clímax?

  • O clímax é um termo literário usado para descrever a parte mais emocionante de uma história;
  • Muitas vezes é comparado com o fim de uma montanha-russa, pois é o ponto em que seu coração começa a acelerar;
  • O clímax de uma história geralmente vem no final e muitas vezes é alcançado por um conflito intenso que muda tudo;
  • É o ponto mais intenso de uma história e muitas vezes vem no final da narrativa principal. Se uma história não tem clímax, pode parecer que não tem começo nem fim.

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#SPJ2

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