De agora até o dia das eleições em 3 de outubro, um exército de milhares de pessoas tomará as ruas em busca do voto. Estudantes, advogados, profissionais liberais, funcionários públicos e uma penca de desempregados gastarão sola de sapato e muita saliva para vender esperança em forma de candidato. Em geral, eles são conhecidos como militantes. Mas, ao contrário do que se via em antigas campanhas eleitorais, hoje essa gente forma batalhões remunerados. São profissionais da militância política, pois os tempos românticos da pura paixão já ficaram para trás. Erra, no entanto, quem apostar que a militância acabou."O que acon¬tece é uma acomodação, não um retrocesso" sustenta a mestre em ciência política, Hingridy Fassarella, da Universidade do Espírito Santo, que estuda o comportamento dos jovens e a militância política. "O gran¬de empenho dos militantes aparece pontualmente em momentos em que a sociedade espera mudanças radicais", diz ela. Não é, obviamente, o que ocorre na atual eleição. Os candidatos que disputam a Presidência da República têm discursos semelhantes e ideologias bastante parecidas, incapazes, portanto, de gerar esse tipo de expectativa. A profissionalização da militância, antes uma grave ofensa política, hoje é aceita como um fato natural. Nos meios partidários, os militantes costumam até ser classificados em quatro tipos: os "D.A.S.", funcionários públicos comissionados; os "históricos"; os "meninos"; e os "diaristas". Os primeiros são os antigos militantes que trocaram sindicatos, movimentos sociais e universidades por empregos públicos e salários estáveis. Eles aparecem em todos os partidos. Já os "históricos" são os remanescentes dos tempos heroicos, carregados de discursos ideológicos. Há anos se dedicam à causa do partido sem receber um centavo pelo trabalho. Também conhecidos como a turma de 68, de certo modo, se assemelham aos "meninos", membros da "juventude partidária". Os "meninos", pessoas de 15 a 29 anos, juram que vão mudar o mundo no dia seguinte da chegada ao poder. Mas, ao contrário dos "históricos", vários deles recebem ajuda financeira para trabalhar por determinada candidatura. Um dos grupos que mais cresceram nesta eleição é o dos "diaristas". A militância para eles é apenas um bico. Sem nenhum alinhamento político, eles distribuem panfletos, carregam placas, cabalam eleitores ou se descabelam em comícios por R$ 40, mais vale-transporte e lanche que recebem por dia de trabalho. Quando têm sorte ou bons contatos, trabalham para mais de um candidato - a fidelidade é um luxo ao qual não se atrevem.
Analise a letra da canção ideologia, de Cazuza.
Ideologia
Meu partido
É um coração partido
E as ilusões estão todas perdidas
Os meus sonhos foram todos vendidos
Tão barato que eu nem acredito
Eu nem acredito ah
Que aquele garoto que ia mudar o mundo
Mudar o mundo
Frequenta agora as festas do "Grand Monde"
Meus heróis morreram de overdose
Eh, meus inimigos estão no poder
Ideologia
Eu quero uma pra viver
Ideologia
Eu quero uma pra viver
O meu tesão
Agora é risco de vida
Meu sex and drugs não tem nenhum rock 'n' roll
Eu vou pagar a conta do analista
Pra nunca mais ter que saber quem eu sou
Saber quem eu sou
Pois aquele garoto que ia mudar o mundo
Mudar o mundo
Agora assiste à tudo em cima do muro, em cima do muro
Meus heróis morreram de overdose eh
Meus inimigos estão no poder
Ideologia
Eu quero uma pra viver
Ideologia
Pra viver
Pois aquele garoto que ia mudar o mundo
Mudar o mundo
Agora assiste à tudo em cima do muro, em cima do muro
Identifique a alternativa que contém o verso que melhor se relaciona as ideias centrais do texto profissão: militante.
a) meu partido é um coração partido
b) os meus sonhos foram todas vendidos
c) meus heróis morreram de overdose
d) meus inimigos então no poder
e) agora assiste a tudo em cima do muro
Respostas
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17
b) os meus sonhos foram todas vendidos
O texto apresenta os tipos de militantes e o que chama a atenção são os militantes diaristas que recebem dinheiro para fazer propaganda para os partidos.
Esses militantes diaristas não têm uma ideologia definida, portanto trabalham para diferentes partidos somente pelo valor financeiro, ao contrário dos militantes históricos.
Portanto os sonhos foram vendidos, como a música Ideologia de Cazuza. Uma vez que essas pessoas que antigamente acreditavam (militantes históricos), hoje em dia são poucas. Vê-se mais pessoas a gim de usar o partido para ganhar dinheiro.
Abraços!
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