Respostas
O processo de colonização do Brasil esteve inserido na lógica de acumulação primitiva de capital ou mercantilismo (séculos XV ao XVIII), período marcado pela 1ª Divisão Internacional do Trabalho, em que diferentes regiões forneciam bens agrícolas, vegetais e minerais para as metrópoles, que por sua vez ficavam responsáveis pela fabricação dos produtos manufaturados. Nesse contexto, o Oriente era o produtor de especiarias, a África fornecia a mão de obra escrava, a América Latina se destacava principalmente pela mineração, enquanto que a Europa Ocidental produzia as manufaturas. O Brasil foi responsável pelo fornecimento de matérias-primas em diferentes períodos: pau-brasil, cana-de-açúcar, mineração, café.
A expansão mercantilista de Portugal iniciada no século XV foi pautada na conquista e expropriação material e cultural, alcançando status de nação expansionista ao quebrar o monopólio italiano e abrir novos caminhos pela costa da África. O Brasil, diferente de países como Peru e México, não possuía uma sociedade hierarquizada e tão bem organizada, nem mesmo contava com grandes jazidas de ouro e prata. Mas a rivalidade entre os centros expansivos europeus fez com que os portugueses tratassem de explorar e ocupar ao máximo o território brasileiro. Tal determinação de origem perpetuou-se em sociedades que tinham na conquista do solo um dos seus vetores de estruturação, em certo sentido até os dias atuais