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De manhã quando estava pronto para sair, correu para o piano, tocou uma inspiração real, uma polca. A música fez muito sucesso. No começo ele andou namorado com a composição, mas durou pouco. Como de costume os compositores clássicos o fizeram ter remorso de sua criação. Tinha ódio de si mesmo por não escrever alguma coisa clássica, nem se quer uma página. Se "enamorou" por uma mulher de 27 anos depois de ouvi-la cantar em uma festa. Pestana casou-se com ela, que era viúva. Pensava que agora que começou uma família, obras sérias viriam. Teve a ideia de compor um noturno escondido de Maria ( sua esposa ) . Chamou-a para ouvir o noturno. Depois de ouvir, Maria, cantora entendida em música, perguntou-o se não era Chopin. Pestana ficou pálido, repediu alguns trechos e levantou-se. Pestana havia tocado mesmo Chopin. O que pensara ser sua composição, foi uma traição da memória. Triste e desesperado ele se dirigiu ao trilho de trem para ser esmagado. Chegando lá, o guarda o fez voltar. Dias depois, acordou e foi direto ao piano e tocou uma polca. Publicou-a com um pseudônimo. Meses seguintes ficou compondo. Maria não soube de nada e numa noite de natal, morreu nos braços do marido. Meses anteriores ela passara tossindo. Com o corpo pálido estendido na cama, Pestana ouvia o baile que tocava suas polcas. Davam-lhe um ar irônico e perverso.
Depois que sua mulher foi enterrada, se preocupou em compor um Requiem e depois largar carreira de músico. O Requiem seria tocado no primeiro aniversário de morte de Maria. Escolheria outro emprego que fizesse esquecer a "arte assassina". Começou a obra, célebre a princípio, afroxou. Pestana não sentia alma nela. Onze meses e ela não estava concluída. Chegou a hora e ele contentou-se com a missa rezada, obra nunca completa. Chorou na missa. Nem todas as lágrimas eram para a esposa. Chorou por si. Anos sem compor nada, encheu-se de divídas.Vendeu a casa. Um novo trabalho lhe foi oferecido e ele compos várias polcas. Sagrou-se o maior compositor de polcas. Nunca se satisfez como compositor. Pegou uma febre que cresceu rápido. No leito de morte prometeu compor duas polcas. Foi a única brincadeira que fez em toda a vida. Morreu na madrugada seguinte. Bem com os outros, mal consigo mesmo.
A seguir, analisaremos um resumo do conto "Um Homem Célebre", de Machado de Assis:
A história gira em torno de Pestana, um cidadão famoso e com grande capital, que compõe polcas. No entanto, seu maior sonho era fazer uma peça clássica, e por isso ele vivia infeliz, já que não fazia o que mais gostava. Com isso, ele acaba chegando à falência, perdendo os seus bens materiais para conseguir se sustentar.
Ou seja, mesmo que o homem tivesse a vida que muitos idealizam, ele não era feliz, pois tinha um sonho que não conseguiu alcançar. Assim, Machado fala sobre o sentimento de impotência e de aparências numa sociedade capitalista.
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