• Matéria: Geografia
  • Autor: anabiacintra79
  • Perguntado 7 anos atrás

A África é um continente marcado pelo expansionismo europeu, tendo participado do contexto de organização de valores ocidentais. O que explica a participação da Africa nesse processo?

Respostas

respondido por: angelicainessehn
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A partir do começo do século XXI, a África retomou sua importância de forma global, devido a seus recursos, sobretudo o petróleo, e ações com economias emergentes. Por essa razão, os EUA voltam ao continente, movidos por novos interesses, tendo início um processo de securitização da África.

Guilherme Ziebell – A partir do fim da Guerra Fria o continente africano passou a vivenciar um processo de crescente marginalização internacional. O encerramento do conflito bipolar retirou do continente a sua importância estratégica, ao mesmo tempo em que abria novas oportunidades de investimento – mais próximas e mais lucrativas – aos países centrais, especialmente nas novas democracias do Leste europeu, mas também nos países com governos de orientação neoliberal da América Latina e nos chamados Tigres Asiáticos. Com isso, o continente africano teve a sua importância progressivamente diminuída nas relações internacionais.

Paralelamente, passaram a eclodir diversos conflitos no continente, frutos de processos de reestruturação das relações de poder, em um contexto de formação dos Estados africanos. Potencializados pela grande quantidade de armamentos herdados do conflito bipolar por grupos das mais diversas naturezas (Estados, grupos insurgentes, facções rebeldes, etc.), esses conflitos, que já não possuíam relevância estratégica para os países centrais, passaram a ser, por eles, descritos como guerras étnicas, tribais, bárbaras e irracionais.

Ao longo da própria década de 1990, contudo, diversos desses processos passaram a ser definidos, e o continente africano passou a apresentar cada vez mais sinais de estabilização – que, em geral, não eram percebidos. Por um lado, importantes atores continentais conseguiram suplantar algumas dificuldades do passado, seja através da superação de fases de instabilidade interna (Nigéria), de uma busca de “normalização” das relações com a comunidade internacional (Líbia) ou da consolidação de um papel de liderança regional (África do Sul), se firmando como atores fundamentais para a diplomacia continental. Por outro lado, o continente passou a apresentar um desempenho econômico relevante, com médias anuais de crescimento positivas – resultado direto da presença e interação crescentes de parceiros como a China e outros países emergentes.

Esses elementos, em conjunto com uma relativa diminuição da influência europeia – especialmente francesa – no continente ao longo dos anos 1990, possibilitaram aos países do continente se reorganizarem em bases mais autônomas, criando novas estruturas e práticas para lidar com os desafios sociopolíticos e de desenvolvimento enfrentados pela África. Nesse contexto, o começo do século XXI marcou um período de grande destaque para o continente africano. Além da consolidação de uma nova realidade política e econômica no continente – expressas pela criação da União Africana e da Nova Parceria para o Desenvolvimento Africano (NEPAD), respectivamente – a África teve a sua importância internacional significativamente aumentada, não só pelo aumento de seu poder de barganha junto aos compradores de seus importantes recursos naturais, mas também pela renovada importância geoestratégica do continente e por se apresentar como uma importante fronteira para o sistema capitalista.

Em grande medida, a renovada importância do continente no século XXI está diretamente ligada à intensificação das relações dos países africanos com potências emergentes – como China, Índia e Brasil -, tanto em termos quantitativos, quanto qualitativos, o que tem possibilitado a emergência de um novo paradigma socioeconômico, de projetos políticos, diplomáticos e sociais alternativos.

Esse processo, todavia, implicou a ocupação, pelas potências emergentes, de espaços que outrora eram ocupados pelas potências centrais, gerando assim uma reação por parte dessas – especialmente depois da crise mundial de 2008. Nesse contexto, teve início um processo de securitização do continente africano, com a transferência de uma série de questões da esfera política para o âmbito securitário, com a incorporação do continente na Guerra Global ao Terror dos EUA e com o estabelecimento de uma série de iniciativas militares das potências centrais no continente. Dessa forma, diversas dinâmicas locais em regiões de grande relevância geoestratégica – ligadas, em geral, a questões socioeconômicas e/ou de desenvolvimento – passaram a ser tratadas como ameaças securitárias, recebendo um tratamento essencialmente desconectado de suas causas – sendo estas, em geral, ignoradas.

Explicação:

respondido por: viniciusveras36
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Resposta:

Como dito, a África foi bastante marcada pelo expansionismo europeu, que extraiu as riquezas e a liberdade do continente. Muitos africanos vieram para cá como escravos, trazidos pelos europeus, e aqui sua cultura se espalhou.

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