• Matéria: História
  • Autor: silvaeduarda321
  • Perguntado 6 anos atrás

fale um pouco sobre os direitos humanos na sociedade contemporânea.

Respostas

respondido por: ritaluis184
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A sociedade contemporânea surge alicerçada nas bases do paradigma moderno, mas, no entanto, ruindo com as institucionalidades e práticas que não mais lhe servem no projeto de uma sociabilidade frágil, apática e anômica, no que tange à conteudística humano-existencial. Os lugares de produção de sentido correm no sentido da flecha do tempo mercadológico, exercendo uma (des)continuidade do projeto humano-emancipatório, pois, em certa medida exacerbam a emancipação iniciada na modernidade, mas, por outro lado, esvaziam o sujeito (pseudo)emancipado em meio ao mercado fetichista, caracterizado pela descartabilidade.

O projeto social contemporâneo vem marcado profundamente pelas operacionalidades dessa outra/nova instituição 1 chamada mercado, numa vertente apaziguadora dos sentidos e sentimentos de pertencimento a um espaço-tempo socialmente constituído. Por outro lado, a racionalidade discursiva neoliberal por meio dos referenciais eficiência, produtividade e fluxo, notabiliza um acontecer social que oferece não só produtos, como também, sentidos e projetos descartáveis na linha de produção de desejos opacos; apreende o homem numa totalidade assujeitadora de busca performática pela realização dos projetos de vida; e insere o sujeito esvaziado numa caótica busca pelo gozo 2 no fluxo de desejos plastificados na mercadoria, signo totalitário da sociabilidade neoliberal(izada).

Nesse ponto, o projeto moderno de direitos humanos já, insuficiente e contestado, conforme veremos no próximo tópico, se insere num mercado de significações que ressignifica tudo que lhe deu sustentação na modernidade. Da insuficiência de um projeto que abarcava apenas o ocidente moderno-europeu – num primeiro momento – e, que alcança seu ápice “institucional” a partir das construções de um ocidente não mais apenas europeu, mas norte-americano, passa-se à concepção mercadológica e, de mercadorização dos direitos humanos.

Seguindo esse rumo, a concepção dominante de direitos humanos oriunda das idealizações da modernidade fica à deriva em uma mundaneidade desconectada enquanto espaço social, assim como o indivíduo moderno encontra-se perdido num campo de tensões entre cidadania e consumo que o atordoa e desilude; a razão moderna erguida sobre as bases da filosofia racionalista e do aparato técnico-dogmático encontra-se com uma racionalidade desconstrutora dos laços sociais, já frágeis em um primeiro momento não-comunitário; e o liberalismo, vertido em neoliberalismo potencializa o capitalismo moderno mercantil-industrial e o alça à uma condição capitalística de fluxo, deliberada pelas ações do mercado na busca pela fluidez financeira ( SUPIOT, 2007 ).

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