• Matéria: Português
  • Autor: cipullopjulia
  • Perguntado 7 anos atrás

resumo do livro era no tempo do rei,alguém tem!??

Respostas

respondido por: Kathleendiass
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Resposta: a verdade histórica não existe. A História não é mais do que uma ficção. Quer dizer, uma ficção com mais dados, concretos, reais, mas também com muita imaginação. José Saramago

O brasileiro adora rir de si mesmo, e a obra ERA NO TEMPO DO REI, de Ruy Castro, se apodera disso muitíssimo bem. O livro é uma deliciosa e bem humorada fusão entre o real e o imaginário. O lado real da história está representado na figura do príncipe D. Pedro I, futuro primeiro imperador do Brasil em seus 12 anos de idade. O lado imaginário cabe a Leonardo, um garoto de 14 anos abandonado pelos pais que mora com o padrinho, o barbeiro Quincas. Extraído por Ruy Castro das páginas de Memórias de um Sargento de Milícias, publicado em 1854, Leonardo é o futuro sargento do romance de Manuel Antônio de Almeida, e também o primeiro malandro da literatura nacional.

O cenário é o Rio de Janeiro de 1810, dois anos após a chegada da Família Real portuguesa. Pedro e Leonardo, os dois protagonistas endiabrados da história, se conhecem na torre da igreja da Candelária, quando Pedro fugia de uma das diversas confusões que costumava se meter. E é a partir deste ponto da história que o enredo se desenvolve e a leitura nos cativa. O livro se destaca pela criatividade, combinando a realidade histórica com ficção, com uma narrativa leve e sempre bem humorada, sem perder a perspectiva social e política daquela época. Ruy Castro nos fisga com uma narrativa saborosa e atraente e é difícil não se deixar conduzir pela história.

Os coadjuvantes são nobres e plebeus, alguns existiram de verdade, e outros saídos da imaginação do autor, e ajudam a movimentar o enredo: o guloso e indeciso D. João, a vingativa princesa Carlota Joaquina, a senil prostituta Bárbara dos Prazeres, o temido major Vidigal, o pirata lendário Jeremy Blood, o capitão Sidney Smith, o temente padre Perereca, enfim, um desfile engenhoso e harmônico de personagens e situações entre o real e o imaginário.

O maior mérito de Castro foi recontar um fato histórico mesmo que já tenha sido extremamente explorado - sem grandes pretensões e com tamanha vivacidade e espírito satírico. Ele consegue transmitir a malandragem e o velho e conhecido jeitinho brasileiro, uma espécie de marca registrada que permanece até hoje.

Uma delícia de leitura, onde cultura e humor andam de mãos dadas.

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