Senhor Deus dos desgraçados! Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é mentira... se é verdade Tanto horror perante os céus?... Ó mar! por que não apagas Co’a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?... Astros! noites! tempestades! Rolai das imensidades! Varrei os mares, tufão!
Quem são estes desgraçados, Que não encontram em vós, Mais que o rir calmo da turba Que excita a fúria do algoz?... Quem são? Se a estrela se cala, Se a vaga à pressa resvala
Como um cúmplice fugaz, Perante a noite confusa... Dize-o tu, severa Musa! Musa libérrima, audaz!
São os filhos do deserto
Onde a terra esposa a luz, Onde vive em campo aberto
A tribo dos homens nus...
São os guerreiros ousados,
Que com os tigres mosqueados Combatem na solidão...
Ontem simples, fortes, bravos... Hoje mísero escravos
Sem ar, sem luz, sem razão...
In: O navio negreiro – Castro Alves.
É próprio da poesia de Castro Alves tratar do tema da escravidão. Clamando em verso pelos oprimidos, recebeu o
epiteto de "O poeta dos escravos". Tal alcunha justifica-se no poema por meio da linguage
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linguagem coloquial onde se faz comparações.
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