sobre espetáculo de balé, escreva como é, quais os recursos utilizados, figurino, cenário, estilo de música, movimentos corporais. Anote a fonte de pesquisa.
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É comum me perguntarem se sinto falta de protagonizar um espetáculo como bailarina. Claro, sempre gostei do palco! Mas ao mesmo tempo meu coração se enche de empolgação quando falo da igual paixão que sinto por estar na coxia, como criadora, diretora e coreógrafa apaixonada da Companhia de Dança Juliana Ribeiro. Aproveitei então para escrever sobre a incrível jornada que é montar um espetáculo de dança contemporânea, aproveitando que estou a todo vapor com minha mais nova obra: Tráfego.
A primeira coisa que posso dizer é que a montagem de qualquer espetáculo é sempre desafiadora para mim. Isso porque não atuo com histórias já dançadas ou pré determinadas. Trabalho sempre com temas muito contemporâneos. Além disso, gosto que os bailarinos mergulhem nesse universo criativo, pois eles não estão ali para apenas repetir uma movimentação. Estão porque são parte ativa de todo o processo.
Sempre inicio com a definição de um tema principal, que vai se desdobrando em subtemas ao longo da pesquisa. Decidido isso, monto um gráfico para a criação das trilhas musicais (tenho optado sempre por trilhas originais, feitas especialmente para o espetáculo). Daí começamos com os laboratórios corporais, onde desenvolvo improvisos e estudos do corpo, sempre dentro do tema definido.
Com as movimentações criadas, passo a fazer os desenhos coreográficos e, assim, o espetáculo vai nascendo. Terminada a montagem, tem toda a parte de ensaios, limpeza da coreografia e nivelamentos de energia. Esse trabalho dura meses. Ou melhor: nunca acaba! A cada apresentação há correções e movimentos que vamos lapidando, especialmente a partir de filmagens que faço dos ensaios e exibições.
Apesar da minha experiência na criação de outros espetáculos de dança contemporânea, Tráfego é considerado a primeira obra oficial da Companhia de Dança Juliana Ribeiro em sua atual configuração. Nessa montagem, retratamos as jornadas de vida percorridas por cada integrante, porém num processo coletivo, que se integra ao longo do trabalho. Trata-se de uma construção realizada a partir das experiências de vida dos bailarinos.
Exploramos questões subjetivas, relacionadas à memória corporal e às micropercepções de cada um dentro do grupo. Por outro lado, na amplitude do coletivo, a coreografia explora a circulação, o fluxo, o caminho. No detalhe, mais contido, trabalho as transições corporais e a caracterização individual de cada integrante. Com elenco de 13 bailarinos, o espetáculo se desenrola entre composições coletivas, duos e solos. Nelas, cada participante apresenta imagens e caminhos próprios, até se integrar ao coletivo.