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Vários autores já produziram poemas sobre o isolamento social. Um dos mais marcantes, no entanto, é o poema do cantor e compositor Moraes Moreira, que faleceu há poucos dias, vítima de um ataque cardíaco.
Quarentena (Moraes Moreira)
Eu temo o coronavirus
E zelo por minha vida
Mas tenho medo de tiros
Também de bala perdida,
A nossa fé é vacina
O professor que me ensina
Será minha própria lida
Assombra-me a pandemia
Que agora domina o mundo
Mas tenho uma garantia
Não sou nenhum vagabundo,
Porque todo cidadão
Merece mas atenção
O sentimento é profundo
Eu não queria essa praga
Que não é mais do Egito
Não quero que ela traga
O mal que sempre eu evito,
Os males não são eternos
Pois os recursos modernos
Estão aí, acredito
De quem será esse lucro
Ou mesmo a teoria?
Detesto falar de estrupo
Eu gosto é de poesia,
Mas creio na consciência
E digo não a todo dia
Eu tenho medo do excesso
Que seja em qualquer sentido
Mas também do retrocesso
Que por aí escondido,
Às vezes é o que notamos
Passar o que já passamos
Jamais será esquecido
Até aceito a polícia
Mas quando muda de letra
E se transforma em milícia
Odeio essa mutreta,
Pra combater o que alarma
Só tenho mesmo uma arma
Que é a minha caneta
Com tanta coisa inda cismo....
Estão na ordem do dia
Eu digo não ao machismo
Também a misoginia,
Tem outros que eu não aceito
É o tal do preconceito
E as sombras da hipocrisia
As coisas já forem postas
Mas prevalecem os relés
Queremos sim ter respostas
Sobre as nossas Marielles,
Em meio a um mundo efêmero
Não é só questão de gênero
Nem de homens ou mulheres
O que vale é o ser humano
E sua dignidade
Vivemos num mundo insano
Queremos mais liberdade,
Pra que tudo isso mude
Certeza, ninguém se ilude
Não tem tempo,nem idade
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Como pode perceber, é possível produzir poemas sobre uma série de tópicos, incluindo temas contemporâneos, como é o tema do coronavírus, que nos toca a todos.
Poema:
Ah, esse Corona!
Que tão de repente chegou
Na vida de muitos se instalou
E a nossa rotina mudou.
Aqueles que antes abraçávamos,
Agora,
De longe nos olhamos.
O toque, há muito, distante,
No momento, é inoperante.
Esse Corona,
Que veio sem convite,
Algo pode nos ensinar?
De que forma nos tratar?
Se longe das pessoas nos obriga a ficar.
Se o abraço é capaz de salvar
Quem precisa dele,
Como se curar?
Vão dizer que isso é passageiro.
É até conter o pico inteiro.
Mas, se as pessoas gostarem,
Dessa distância forçada,
Vão quebrar a mazela
Da ausência de carinho?
Vai haver um retorno ao ninho?
Obs: Peguei esse pronto :)