Question

Nego forte (Mestre Tony Vargas)
Meu tataravô foi escravo
E eu sou escravo hoje em dia
Sou trabalhador e capoeirista
Mas ainda tenho feitor
Que é quem comanda a revista
A capoeira cresceu
Ganhou força girou nesse mundo
Mas me chamam de moleque
E ainda me tratam como vagabundo
Eu não tenho anel bonito
Nem diploma de doutor
Acordo pedindo desculpa
E durmo dizendo “por favor”
Passo dia, passo noite
Tocando meu berimbau
Mas meus filhos não tem nada
Quando chega o natal
Mas por ser capoeirista
Com fundamento no meu ritual
Eu vou mostrar para esse mundo
O que vale um berimbau

Sou guerreiro de verdade
Na força dos orixás
Se você não acredita
Sua hora vai chegar

“Meu tataravô foi escravo/ Eu sou escravo hoje em dia”.
O uso da palavra “escravo”, no contexto da composi-
ção de Tony Vargas, tem por finalidade:
a) denunciar a continuidade do trabalho escravo nas pe-
riferias do Brasil.
b) chocar o leitor ao depará-lo com a grande duração do
período da escravidão.
c) assinalar o caráter hereditário da condição de escravo
no século XIX.
d) insinuar a permanência de relações de opressão do
negro no Brasil atual.
e) afirmar o sentimento positivo dos descendentes de
escravos ao afirmarem sua condição de negros fortes.

Sobre o conjunto da letra de Tony Vargas, é possível
afirmar que:
a) o correspondente contemporâneo à figura do “fei-
tor” é a mídia, segundo sugere a letra da canção.
b) as palavras “anel”, “diploma” e “doutor” sugerem
privilégios de classe e raça no acesso à universidade
brasileira.
c) a capoeira aparece na canção desvinculada de seu
componente religioso.
d) os versos “acordo pedindo desculpa/ e durmo di-
zendo por favor” revelam uma mudança postural do
negro no mundo atual.
e) o tom submisso das estrofes finais reitera a impos-
sibilidade do capoeirista de se afirmar no mundo con-
temporâneo.

O “berimbau” aparece no verso “O que vale um be-
rimbau” em sua dimensão:
a) hiperbólica
b) metonímica
c) irônica
d) personificada
e) paradoxal

Answer 1

1 - D , 2 - D , 3 - C