• Matéria: Sociologia
  • Autor: luiza8484pcsppm
  • Perguntado 6 anos atrás

1) explique como se deu o processo de transformação da sociedade capitalista e quais são as bases que o sustenta.

Respostas

respondido por: desconhecido4797
0

Por exemplo: um trabalhador foi contratado para trabalhar por um dia em uma jornada de oito horas, com um salário de R$ 50,00. Entretanto, nas primeiras quatro horas, esse mesmo trabalhador produziu mercadorias no valor de R$50,00, sendo que nas demais quatro horas de trabalho ele produziria o mesmo valor, que seria apropriado pelo capitalista como o resultado de um trabalho não pago. Seria essa a origem do lucro do capitalista, conhecido também como mais-valia. A pessoa que ganhou maior notoriedade por apontar a mais-valia como origem do lucro foi o alemão Karl Marx, cuja principal obra, O Capital, pretendeu dissecar o funcionamento do capitalismo.

A expansão das forças de produção e da organização do trabalho capitalista, com o assalariamento e a exploração da mais-valia, proporcionou um avanço tecnológico que ficou conhecido como Revolução Industrial. Ela ocorreu inicialmente na Inglaterra a partir do século XVIII, expandindo-se para os países da Europa Ocidental e EUA no século seguinte, alcançando toda a superfície do planeta no século XX.

A necessidade de exploração da mais-valia para a produção de capital e sua acumulação levou ao fortalecimento das relações sociais de produção capitalista. No aspecto econômico, ela resultou no desenvolvimento industrial, tecnológico e de meios de comunicação, bem como na integração entre as várias unidades de produção e os locais de venda para garantir a realização das trocas de mercadorias. Resultou ainda na criação do sistema financeiro, que deu às instituições bancárias o controle sobre a circulação de capital e do dinheiro.

Mas as relações sociais de produção capitalista em desenvolvimento necessitavam de que o Estado fosse reestruturado para garantir a exploração da mais-valia. Houve a necessidade de uma nova conformação política da sociedade para que as relações sociais de produção se desenvolvessem com mais liberdade. O principal evento que marcou essa nova conformação política foi a Revolução Francesa de 1789, que através de uma ação violenta criou as instituições clássicas do capitalismo, como o parlamento, os códigos jurídicos, um exército moderno e a constituição de um poder executivo. Essa seria a estrutura política clássica do capitalismo.

Ao longo do século XIX e início do século XX, o desenvolvimento do capitalismo levou a uma intensa concentração de capital, com a criação de grandes conglomerados econômicos; à transformação de um grande contingente de pessoas em trabalhadores assalariados e ao surgimento de inúmeros países, que pretendiam criar as condições para o desenvolvimento capitalista em suas fronteiras. Dessa expansão resultou ainda o colonialismo e a I Guerra Mundial, já no século XX.

Por outro lado, a exploração da mais-valia provocou a miséria de um número crescente de trabalhadores, que passaram a lutar por melhorias em suas condições de vida e trabalho. Para isso, criaram sindicatos e diversas formas de associação de trabalhadores (cooperativas, comitês de fábrica etc.) através dos quais lutavam pela garantia de direitos. Com o acúmulo de experiências, os trabalhadores passaram também a perceber a necessidade de alcançar o poder político e econômico, no Estado e nas empresas, para que a exploração da mais-valia fosse extinta. Com isso, conquistaram o direito ao voto, o direito de organização e o direito de greve.

Como foi necessária uma ação violenta para que o capitalismo constituísse suas estruturas econômicas e políticas, aos trabalhadores também foram necessárias ações violentas de tomada do poder. No início do século XX, revoluções contra o capitalismo ocorreram em alguns países, alcançando maior fama a Revolução Russa de 1917. Depois de afastarem os inimigos, os revolucionários russos vitoriosos anunciaram a construção do socialismo, o que seria uma forma de organização social antagônica ao capitalismo. O principal caminho para essa construção passaria pelo controle que o Estado teria sobre o mercado de troca de mercadorias, planejando toda a produção econômica da sociedade e organizando de acordo com esses preceitos todos os demais âmbitos sociais.

Uma nova guerra mundial, agora a segunda, levaria o mundo a se dividir entre os países capitalistas e os países ditos socialistas, os primeiros eram adeptos ao livre mercado e os segundos eram defensores de um controle do Estado sobre a economia.

O planejamento econômico pelo Estado era apontado como o contrário do mercado capitalista, no qual o interesse empresarial privado imperava, existindo uma livre troca, de acordo com os interesses de seus agentes. Essa situação impedia uma racionalização da produção. Além disso, o Estado como proprietário dos meios de produção levaria ao fim da exploração da mais-valia, já que não haveria apropriação privada do trabalho não pago. O Estado se confundia com o interesse coletivo.

Perguntas similares