• Matéria: Filosofia
  • Autor: beatrizkramer
  • Perguntado 7 anos atrás

LEIA O TEXTO A SEGUIR E RESPONDA AS QUESTÕES: "Retomemos a nossa investigação e procuremos determinar à luz deste fato de que todo conhecimento e todo trabalho visam a algum bem, quais afirmamos ser os objetivos da ciência política e qual é o mais alto de todos os bens que se podem alcançar pela ação. Verbalmente, quase todos estão de acordo, pois tanto o vulgo como os homens de cultura superior dizem ser esse fim a felicidade e identificam o bem viver e o bem agir como o ser feliz. Diferem, porém, quanto ao que seja a felicidade, e o vulgo não o concebe do mesmo modo que os sábios. Os primeiros pensam que seja alguma coisa simples e óbvia, como o prazer, a riqueza ou as honras, muito embora discordem entre si. [...] Ora, alguns têm pensado que, à parte esses numerosos bens, existe um outro que é autossubsistente e também é causa da bondade de todos os demais. [...] Voltemos novamente ao bem que estamos procurando e indaguemos o que é ele, pois não se afigura igual nas distintas ações e artes; é diferente na medicina, na estratégia, e em todas as demais artes do mesmo modo. Que é, pois, o bem de cada uma delas? Evidentemente, aquilo em cujo interesse se fazem todas as outras coisas. Na medicina é a saúde, na estratégia a vitória, na arquitetura uma casa, em qualquer outra esfera uma coisa diferente, e em todas as ações e propósitos é ele a finalidade; pois é tendo-o em vista que os homens realizam o resto. Por conseguinte, se existe uma finalidade para tudo que fazemos, essa será o bem realizável mediante a ação; e, se há mais de uma, serão os bens realizáveis através dela. [...] Mas procuremos expressar isto com mais clareza ainda. Já que, evidentemente, os fins são vários e nós escolhemos alguns dentre eles [...], segue-se que nem todos os fins são absolutos; mas o sumo bem é claramente algo de absoluto. Portanto, se só existe um fim absoluto, será o que estamos procurando; [...] chamamos de absoluto e incondicional aquilo que é sempre desejável em si mesmo e nunca no interesse de outra coisa. Ora, esse é o conceito que preeminentemente fazemos da felicidade. É ela procurada sempre por si mesma e nunca com vistas em outra coisa, ao passo que à honra, ao prazer, à razão e a todas as virtudes nós de fato escolhemos por si mesmos (pois, ainda que nada resultasse daí, continuaríamos a escolher cada um deles); mas também os escolhemos no interesse da felicidade, pensando que a posse deles nos tornará felizes. A felicidade, todavia, ninguém a escolhe tendo em vista algum destes, nem, em geral, qualquer coisa que não seja ela própria. [...] A felicidade é, portanto, algo absoluto e autossuficiente, sendo também a finalidade da ação. [...] Mas dizer que a felicidade é o sumo bem talvez pareça uma banalidade, e falta ainda explicar mais claramente o que ela seja. Tal explicação não ofereceria grande dificuldade se pudéssemos determinar primeiro a função do homem. Pois, assim como para um flautista, um escultor ou um pintor, e em geral para todas as coisas que têm uma função ou atividade, considera-se que o bem e o 'bem feito' residem na função, o mesmo ocorreria com o homem se ele tivesse uma função. [...] Ora, se a função do homem é uma atividade da alma que segue ou que implica um princípio racional; [...] se realmente assim é, [...] o bem do homem nos aparece como uma atividade da alma em consonância com a virtude, com a melhor e mais completa. Mas é preciso ajuntar 'numa vida completa'. Porquanto uma andorinha não faz verão, nem um dia tampouco; e da mesma forma um dia, ou um breve espaço de tempo, não faz um homem feliz e venturoso." ARISTÓTELES, Ética a Nicômaco. São Paulo: Abril Cultural, 1973. p. 251 – 256. (Coleção Os Pensadores)

1. Aristóteles afirma: "chamamos de absoluto e incondicional aquilo que é sempre desejável em si mesmo e nunca no interesse de outra coisa"; e, em seguida, identifica esse bem à felicidade. Justifique essa ideia.

2. Qual é, para Aristóteles, a função do ser humano? Em que sentido a conclusão do filósofo relaciona ética e felicidade?

Respostas

respondido por: brunohenrique42
31

Resposta:

1)Aristóteles está afirmando que a felicidade seria um interesse absoluto e incondicional, pois ela sempre desejada por si mesma e não no interesse de outra coisa.

2)A finalidade do ser humano segundo o pensamento aristotélico seria o de buscar a felicidade. E para atingir a felicidade o ser humano deveria adequar o seu agir de forma a alcançar a excelência do comportamento, por isso a ética estaria relacionada a felicidade.

Explicação:

eu te dou 100% de  certeza essa é a resposta.

respondido por: larissamagrani
1

Aristóteles, na obra "Ética a Nicômaco", pergunta-se sobre a finalidade das ações humanas e quais atos levam o homem à eudaimonia, isto é, felicidade.

O que nos diz Aristóteles?

  • 1. Aristóteles, ao refletir sobre o que seja a felicidade na essência, diz que a boa vida consiste em agir para o bem. Com isso, o homem só é feliz quando está direcionado ao bem e às ações corretas e justas.

  • 2. Alguns respondem que a felicidade está nos prazeres (comer bem, dormir bem), outros dizem que a felicidade consiste na honra, pois o homem é feliz quando é reconhecido e famoso na cidade. Para outros, ainda, a felicidade está na riqueza, no dinheiro.

  • A riqueza, os prazeres e a honra são caminhos para se chegar à felicidade, porque a riqueza acaba, os prazeres podem corromper o homem e a honra depende de outro para se instalar.

Saiba mais sobre Aristóteles em: brainly.com.br/tarefa/26117800

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