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Explicação:Uma pessoa podia ser escravizada de várias maneiras. Alguns seres humanos se tornavam escravos depois de ser capturados em guerras ou em invasões. Outros viravam escravos por ter cometido crimes ou por não poder pagar suas dívidas. Algumas pessoas eram vendidas como escravas por seus parentes. Outras ainda eram escravizadas porque seus pais também eram escravos — ou seja, já nasciam escravas.
Diferentes sociedades tinham regras distintas para a escravidão. Muitos escravos dos muçulmanos, por exemplo, deviam ser liberados depois de seis anos. As pessoas escravizadas dos Estados Unidos e do Brasil, contudo, permaneciam escravas para sempre. Eles não podiam ter propriedades. Seus casamentos não eram legais e suas famílias podiam ser desfeitas a qualquer momento, com a venda de um membro da família de escravos a outros senhores. Havia leis contra matar ou maltratar escravos, mas os governos não se esforçavam para que fossem cumpridas.
Os escravos não recebiam nenhum tipo de pagamento, não podiam escolher seu emprego nem podiam pedir demissão. Semelhantes aos escravos, mas com alguns direitos garantidos, eram os servos, existentes em vários países europeus. Os servos eram trabalhadores rurais que estavam legalmente unidos à terra na qual trabalhavam. Eles não recebiam pagamento nem tinham liberdade para ir embora da propriedade, mas não podiam ser comprados nem vendidos como escravos. Servos por contrato eram pessoas que concordavam em trabalhar para um senhor por certo período de tempo, geralmente para pagar dívidas.
Os escravos faziam diferentes trabalhos. A maioria trabalhava em fazendas. Muitos cozinhavam, limpavam, cuidavam de crianças e faziam outros trabalhos caseiros para as famílias a que pertenciam. Outros trabalhavam para que seus donos ganhassem dinheiro. Alguns escravos trabalhavam em minas.
Primórdios da escravidão
Todo o mundo antigo conviveu com a escravidão. No Oriente Médio, já havia leis regulamentando a escravidão em 1750 a.C. Há registros de sua existência também na China antes de 1200 a.C. Na Índia, os primeiros relatos dessa prática são de 100 a.C., aproximadamente.
Em Atenas, na Grécia antiga, cerca de um terço dos habitantes da cidade eram escravos. Na Roma antiga, escravos trabalhavam em fazendas, remavam em barcos de guerra, trabalhavam na construção ou copiavam livros. Nos últimos tempos do Império Romano, os escravos das fazendas se tornaram servos.
No início da Idade Média, por volta de 500 d.C., os europeus transformaram muitos eslavos (povos do leste da Europa) em escravos. Isso explica a origem da palavra “escravo” (que deriva de “eslavo”). Aos poucos, os servos foram tomando o lugar dos escravos em toda a Europa. Mas até o século XIX ainda havia escravos em algumas partes da Europa.
Escravidão africana
A escravidão também existia na África em tempos antigos. O tráfico de escravos africanos através do oceano Atlântico começou no início do século XVI. Capitães de barcos europeus compravam escravos de comerciantes africanos e os levavam para o Brasil e para uma ilha do Caribe. As condições em um navio negreiro eram terríveis, e muitos escravos morriam na viagem.
Aqueles que sobreviviam eram vendidos para senhores por toda a América. Os proprietários punham os africanos para trabalhar em minas ou em grandes fazendas que cultivavam tabaco ou cana-de-açúcar. Os fazendeiros precisavam dos escravos africanos para substituir os trabalhadores indígenas, que foram quase dizimados porque não resistiam às doenças trazidas pelos europeus.
No Brasil, o tráfico começou na primeira metade do século XVI, com o início da produção de açúcar, que exigia um grande contingente de mão-de-obra. Oficialmente, porém, a metrópole portuguesa passou a autorizar o ingresso no Brasil de escravos vindos da África em 1559. Os escravos africanos tiveram importante participação na mineração do ouro, em Minas Gerais, e nos engenhos de açúcar, no Nordeste do país.
Na América do Norte, os primeiros escravos africanos chegaram à colônia inglesa da Virgínia em 1619.