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Esta dissertação identifica a existência de um consenso explicativo na comunidade acadêmica das Relações Internacionais no Brasil acerca da interpretação de Gerson Moura para a política externa brasileira dos anos 1930 e início dos anos 1940, chamada de “equidistância pragmática”. A partir disso, é investigado o motivo desse consenso por meio da defesa da hipótese de que ele é baseado na influência do corpo burocrático da diplomacia brasileira sobre a academia de Relações Internacionais, no período de consolidação do campo, no país, especificamente na área de estudos acerca da Política Externa Brasileira e da História da Política Externa Brasileira. Essa investigação defende que a política externa varguista, às vésperas da entrada do Brasil na Segunda Mundial, é uma estratégia racional escolhida e planejada com o fim de atingir o objetivo fundamental do projeto político da época que era o desenvolvimento nacional. Além disso, se entende aqui que a noção de “equidistância pragmática” desenvolvida por Gerson Moura (1980, 1991) envolve um processo longo de negociações diplomáticas que abarca muito mais do que a repetição do jargão na academia supõe. O termo “equidistância pragmática” apresenta características muito mais descritivas desse processo negociador do que propriamente de um conceito de política externa.