• Matéria: Sociologia
  • Autor: dennispaulounit
  • Perguntado 7 anos atrás

Imagine que você é professor universitário e está conversando com seus alunos sobre a obra de Immanuel Kant. Durante a conversa, você cita o seguinte fragmento, extraído da obra deste autor, Fundamentação da metafísica dos costumes:

"O conceito de felicidade é tão indeterminado que, embora todo homem a deseje alcançar, nunca pode dizer de modo preciso e de acordo consigo mesmo o que propriamente deseja e quer. A causa disto é que todos os elementos que pertencem ao conceito de felicidade, na sua totalidade, são empíricos, isto é, devem ser tomados da experiência, e que, portanto, para a ideia de felicidade é necessário um todo absoluto, um máximo de bem-estar, no meu estado presente e em todo o futuro" (KANT, 2008, pag. 56).

Com base no fragmento acima, explique ao seus alunos a interpretação para as seguintes perguntas:

1. Qual a definição que o autor formula acerca do conceito de felicidade?

2. É possível extrair do conceito kantiano uma crítica à noção comum de felicidade? Qual seria?

Respostas

respondido por: dennyspaulo
10

Resposta:

1. A interpretação mais evidente do texto seria que, para Kant, a felicidade constitui em objetivo incerto, já que repousa na satisfação de condições materiais passíveis de variação e indeterminação. Acrescenta-se a isso o fato de que os indivíduos, de modo geral, não têm a capacidade intelectual de compreender profundamente seus desejos. Desse modo, são conduzidos por objetivos que não atendem às expectativas ansiadas.

2. O cerne da crítica moral kantiana se opõe à noção comum de felicidade, na qual esta é vista como a finalidade última do ser humano e se constitui na simples obtenção dos desejos. Para Kant, a ação movida pelos desejos não contempla a essência humana, qual seja a razão esclarecida, e mergulha, assim, os indivíduos em uma busca incessante por satisfações que é, por definição, incompleta. O autor vê a importância de determinar as ações, não pelos fins a que se destinam, mas pelo valor intrínseco da própria ação. Assim, a liberdade intelectual, e não a felicidade, seria a condição de plenitude humana.

Explicação:

Perguntas similares