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O documentário apresenta o conflito entre, indígenas e produtores rurais, que disputam a posse de terras na região do sul do Mato Grosso do Sul. Devido a negligencia por séculos do Estado, não só em relação a demarcação de terras indígenas, mas a todas as demandas dos povos nativos, a disputa já se transforma numa tragédia de grandes proporções, sendo marcada pelo clima hostil e mortes.
Através da dialética usada do filme, onde se apresenta de forma intercalada os dois lados desse conflito, é contrastante o significado que a terra tem para cada um dos envolvidos. Enquanto produtores rurais ficam presos a conceitos capitalistas de propriedade, lucro e produtividade, os povos indígenas falam de identidade e sobrevivência, deixando clara a inversão dos valores causadas pelo sistema capitalista, que para usar um exemplo do documentário, na mesma terra que um latifundiário engorda milhares de cabeças de gado, ao redor estão comunidades com alto nível de desnutrição infantil e suicídio de adolescentes, que se veem sem perspectiva de futuro.
Enquanto existe uma bancada ruralista, defendendo os interesses de latifundiários e consequentemente de pequenos produtores em relação a terra, não há organização equivalente representando os povos nativos no Congresso Nacional, sendo assim, a falta de representatividade é um agravante para a situação de invisibilidade dos povos indígenas e suas demandas.
Ao passo que os povos nativos e produtores rurais vivem praticamente em guerra, o verdadeiro antagonista da tragédia permanece negligente em relação a situação da demarcação das terras indígenas.
Ainda que a República brasileira não tenha de fato sido responsável pela desapropriação e perseguição, de fato colheu todos os frutos do genocídio indígena, ao se apropriar do território que pertencia a comunidade sem nenhum tipo de indenização.
(Esse é uma resenha que achei na internet)