O castigo da ambição
O padre Isidro era de uma ambição
desmedida. Homem talentoso, muitíssimo
instruído, todo o seu desejo era subir, subir
sempre, tornar-se rico poderoso e célebre.
Um dia soube da existência de um mágico
que sabia de tudo, e de tudo era capaz. Dirigiu-se
a ele, que o recebeu excelentemente bem.
— Que queres tu, meu filho?
— Tudo! respondeu Isidro.
— Tudo, como? Que entendes por isso?
— Tudo — quero dizer: quero ser o mais que
puder, ter o que for possível.
— Gosto disso, respondeu o mágico. Aprecio a
tua franqueza, e estimo os ambiciosos. Fizeste
bem em vir ter comigo, pois muito posso fazer
em teu benefício. Receio, todavia, que sejas
ingrato.
— Isso não! falou o padre. Ingrato não serei.
— Então prometes que te lembrarás de mim?
— Prometo.
— Bem então ouve... Espera primeiro.
O mágico tocou uma campainha de ouro, e
apareceu um anãozinho negro, vestido de
vermelho.
— Zano, disse ao pretinho, este senhor ceia
comigo. Apronte duas perdizes para a ceia.
— Visto que és ambicioso, triunfarás desde já.
Nesse intervalo, bateram à porta. Era um
mensageiro, que viera a todo a galope trazer uma
carta a Isidro. O bispo do lugar acabava de morrer
e o padre fora escolhido para substituí-lo.
— Que felicidade! exclamou o mágico. Estimo
que recebas tão boa notícia em minha casa. E
como estás feito bispo, aproveito o ensejo para
pedir-te o lugar de teu secretário.
— Desculpe-me, responde o novo bispo, mas não
posso servi-lo nessa pretensão. Reservo esse
lugar para meu irmão. Se quiser, porém, vir
comigo, prometo-lhe um bom lugar.
O nigromante aceitou e puseram-se
ambos a caminho. Chegados à sede do bispado,
alguns dias depois, veio a notícia que o arcebispo
falecera, e Isidro fora chamado para substituí-lo.
— Já que vossa reverendíssima passa a arcebispo,
desejaria ser bispo lembrou o feiticeiro.
— Bispo não, disse Isidro, porque meu tio, que é
cônego, já me fez esse pedido. Deixe estar que
não me esquecerei do senhor.
O arcebispo, menos de um mês após, era
nomeado cardeal.
— Senhor cardeal, disse-lhe o mágico, vossa
eminência tem-se esquecido de mim, e eu vim
pedir-lhe o lugar vago de arcebispo.
— Ora, meu amigo, acabei de nomear um dos
meus amigos e companheiros de seminário.
Venha a Roma que aí me será fácil colocá-lo.
O cardeal Isidro subiu a papa. Chegara à
maior posição do mundo inteiro. E o nigromante
dirigiu-se a ele:
— Ei-vos papa, ei-vos senhor do mundo! Venho
agora lembrar-vos a vossa promessa. Desejo ser
cardeal.
— Cardeal! Você enlouqueceu? Quer ser cardeal?
Sabe que mais? Dou-lhe um lugar de criado.
Serve-lhe?
— Ah! Quando fostes me procurar, bem previ a
vossa ingratidão! Os homens são assim;
prometem muito, quando precisam de nós, mas
desde que se vêm em altas posições, esquecem-
se.
— Se você continuar a falar deste modo, mando
atirá-lo pela janela afora, disse o orgulhoso e
soberbo papa.
— Zano, falou o feiticeiro tranqüilamente, ponha
apenas uma perdiz no espeto; este senhor não
ceia comigo.
Tudo desapareceu Roma, o Vaticano, o papa e os
esplendores. Isidro viu-se na casinha do feiticeiro,
que lhe disse:
— Então?! e se eu fosse acreditar nos seus
protestos de gratidão?
2- Quem é o vilão da história? O padre, o mágico ou nenhum dos dois? Por quê?
XX
Respostas
respondido por:
1
Resposta:
o mágico
Explicação:
devido ele querer o mal do protagonista
Anônimo:
MUITO OBRIGADO
do seu texto.
a) “vir ter comigo”
x
b) Nigromante
x
c)”deixe estar”
x
d) protestos
x
respondido por:
1
Resposta:
o mágico
Explicação:
espero ter ajudado
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