• Matéria: Biologia
  • Autor: pedrohenriqueO4
  • Perguntado 6 anos atrás

Qual a interferência na região de Brumadinho - MG com o ciclo da água, ciclo do nitrogênio, na cadeia alimentar e também em relação aos metais pesados diante da catástrofe em Brumadinho?
Biogeoquímicos

Respostas

respondido por: pedrofodao37
3

Resposta:

BRUMADINHO (MG) —“A cachoeira é barranco de chão, e a água se caindo por ele, retombando; o senhor consome essa água, ou se desfaz o barranco, sobra cachoeira alguma? Viver é negócio muito perigoso”, escreveu João Guimarães Rosa em “Grande Sertão: Veredas”. Cachoeiras, nascentes, riachos, rio, floresta, a barragem da Vale em Brumadinho matou tudo em seu caminho, num golpe de uma onda de rejeito só. Menor em quilômetros do que o desastre de Mariana, causado pela Samarco controlada pela mesma Vale, o de Brumadinho é gigante em gravidade: as florestas e rios afetados eram muito mais ricos e importantes para o equilíbrio ambiental, salientam especialistas.

PUBLICIDADE

— Desta vez, a perda de vidas humanas é colossal. Mas isso não significa que o dano ambiental seja pequeno, ao contrário. Florestas de enorme importância hídrica e para a biodiversidade foram perdidas. O dano ambiental fará sofrer população e natureza por muitos anos — afirma Servio Pontes Ribeiro, professor de ecologia da saúde da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), que estuda o impacto do desastre de Mariana e agora se debruça sobre o de Brumadinho.

Clique aqui para acessar a matéria na íntegra e visualizar este conteúdo.

A lama da Vale afetou, destacam cientistas, algumas das últimas áreas significativas de Mata Atlântica e Cerrado de Minas, dentro da Reserva da Biosfera da Unesco da Serra do Espinhaço. O lugar é considerado um refúgio de vida selvagem. Delas vem a água que dá de beber a homens e animais. Sem bichos que semeiam as árvores não há floresta, sem floresta não há água. E sem água, perecem os homens. Guimarães Rosa, que se criou nas terras do sertão do Paraopeba, foi profético sobre sua terra natal. Viver sob as barragens de mineração, é mesmo muito perigoso.

A lama desce lentamente, mas não vai parar, alerta Ribeiro. E, desta vez, afetou o Paraopeba, um rio até então mais saudável que o Doce e seus tributários, arrasados pela barragem da Samarco, em 2015. Não se sabe o quanto de lama se entranhará no leito do Paraopeba, um rio que era a reserva da região metropolitana de Belo Horizonte para as secas, acrescenta Ribeiro

Perguntas similares