Quais atividades realizadas tanto pelo DNOCS quanto pela Codevasf proporcionamo
desenvolvimento da região semiárida do Nordeste?
Respostas
Resposta:
Não pode haver maior demonstração do total desconhecimento das características hidroclimáticas do Nordeste brasileiro do que a declaração da Secretária do Desenvolvimento Regional, Adriana Melo Alves, na 21ª reunião ordinária da Associação Nordeste Forte, realizada na FIEC no último dia 2, sem que tenha citado uma única vez o nome do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS). Questionada por um dos presentes na plateia, disse que o DNOCS “fazia o que está fazendo, hoje, a Companhia de Desenvolvimento dos Vales dos Rios São Francisco e Parnaíba (CODEVASF). Ela foi explicita ao dizer que a CODEVASF, empresa a qual ela pertence, faz em nossa região o mesmo que o DNOCS faz.
Por essa descabida declaração, eu diria, inicialmente, à referida Secretária que o DNOCS atua na região semiárida do Nordeste brasileiro em rios temporários, isto é, em rios intermitentes, enquanto a CODEVASF atua em rios perenes, no caso os Rios São Francisco e Parnaíba. Portanto, o DNOCS tem expertise de 109 anos num região problemática, densamente povoada, que requer água acumulada em açudes e gerenciamento eficaz dos recursos hídricos acumulados através de uma gestão eficiente. A CODEVASF não precisa “fazer a água” porque onde ela atua já tem água em abundância. O DNOCS, ao contrário, tem que “fabricar água” e, como tenho dito, ele é o maior ”fabricante de água do mundo em regiões semiáridas”.
Assim sendo, a CODEVASF não precisa construir açudes de acumulação d`água – e nem tem expertise para isso. Já o DNOCS, construiu, em nossa região, 331 grandes e médios açudes públicos, e 622, com acumulação máxima de 10 milhões de metros cúbicos de água, em regime de cooperação com estados, municípios e particulares, acumulando, no total, 26,9 bilhões de metros cúbicos de água.
Graças à construção desses açudes, o DNOCS perenizou cerca de 3.000 quilômetros de rios intermitentes que superam a extensão do Rio Danúbio (constituindo fronteira natural de dez nações europeias) e do Rio São Francisco, com 2.650 quilômetros.
Portanto, como conhecedor da problemática hídrica nordestina, com capilaridade administrativa em todas a região, é o DNOCS o órgão mais capacitado a assumir qualquer modelo de gerenciamento de águas dirigido às peculiaridades do Nordeste.
A propósito, faço aqui uma provocação aos que defendem a CODEVSF para gerenciar o Projeto de Integração do Rio São Francisco-PISF: “Citem-me uma só razão que possa indicar ser aquela empresa a mais indicada instituição para gerenciar aquele importante empreendimento. Dirijo-me especialmente aos especialistas da área do Ceará, estado onde há maior número de pessoas interessadas e trabalhando, diuturnamente, para a extinção do DNOCS. Faço, ainda, outra pergunta: “Citem-me um só beneficio feito pela CODEVASF ao Ceará, por exemplo, justamente o estado que mais se opõe ao DNOCS (acho que só ele) trabalha pela sua extinção.