com o avanço da cafeicultura no país foi gerado uma grande problema ambiental social e justifique.
Respostas
Sim, A favelização e os problemas ambientais decorrentes da urbanização sem planejamento (destruição das matas ciliares, impermeabilização dos solos, poluição hídrica, atmosférica e visual) são enfrentamentos que ainda estão muito distantes de serem resolvidos e mesmo as cidades médias já estão passando por esses problemas.
Resposta:
Em 1830, a cultura do café era a principal atividade do Vale do Paraíba. A região, anteriormente coberta por extensas e intricadas matas, teve sua paisagem transformada por tantos cafezais. A exploração cafeeira continuou o mesmo modelo da açucareira: significativas derrubadas das matas e posterior queima da madeira, grande propriedade, monocultora e trabalho escravo. A derrubada das matas começava na madrugada e os escravos reunidos davam início ao trabalho da destruição. A submata e os cipós retrançados eram cortados com foices para abrir caminho aos machadeiros que vinham atrás. Depois de limpo o chão, em volta de uma árvore, o machadeiro começava a cortar a altura da cinta, ou às vezes em cima de uma plataforma.
Um vigia avisava-o quando devia afastar-se de uma árvore já parcialmente cortada, para recomeçar o trabalho em outra situada pouco mais acima, na encosta. Quando a árvore estremecia, ele se afastava, e quando todas as árvores da lombada se achavam enfraquecidas, o mais experimentado machadeiro escolhia aquela que, na sua queda, arrastaria as outras situadas em plano inferior, entrelaçadas todas pelos cipós. Em seguida escolhiam as madeiras necessárias para a fazenda e o restante era queimado.
As queimadas, feitas de forma descuidada, espalhavam-se pelas fazendas vizinhas. O agrônomo francês M. R. Lesé, testemunha do final do século XIX, observou situações em que, para cada hectare que se pretendia abrir para a lavoura, de cinco a dez eram destruídos pelo fogo descontrolado. E, de acordo com o vassourense Francisco Peixoto de Lacerda Werneck, barão de Pati, em seu livro “Memória”, muitos fazendeiros mandavam colocar fogo nas derrubadas “de sangue-frio, como se estivessem praticando um ato heróico”.
Assim, a floresta da Tijuca, por exemplo, foi sendo substituída pelos extensos plantios de café, o que gerou um colapso no sistema de abastecimento de água potável, pois os rios que abasteciam a cidade do Rio de Janeiro, especialmente o Carioca e o Paineiras, perderam a cobertura vegetal que protegia suas nascentes. Desse modo, por orientação do Ministério da Agricultura, em 1856, alguns terrenos localizados ao redor das nascentes começaram a ser desapropriados para que fossem reflorestados. Em 11 de dezembro de 1861, dom Pedro II aprovou o documento “Instruções Provisórias”, pelo qual mandava efetuar o plantio e a conservação das florestas da Tijuca e das Paineiras.
A partir das duas últimas décadas do Império, a produção da região do Vale do Paraíba começou a declinar, como conseqüência do esgotamento dos solos, das terras cansadas atingidas pela erosão, dos desequilíbrios climáticos, da extinção das florestas primárias e da ineficiência dos métodos agrícolas tradicionais. Além disso, os produtores da região não conseguiram encontrar solução para superar o problema da mão-de-obra que deveria substituir o trabalho escravo, que foi abolido em 1888. Assim, enquanto a produção no Vale do Paraíba declinava; a região do Oeste Paulista seguia em franca expansão, transformando-se no principal centro produtor e exportador do Brasil. Muito embora o café fosse plantado nessa região com o mesmo descuido que havia sido no Vale, os cafezais sofreram menos a ação dos agentes naturais, pois nesse local se reuniam condições mais favoráveis de solo e de clima para a sua lavoura. Foram introduzidas as técnicas do arado e do despolpador, o qual significou verdadeira revolução na técnica de descascamento de grãos.
A produção do café, entretanto, cresceu demasiadamente e sucederam-se as primeiras crises. As altas cotações internacionais do café fizeram que os 141 milhões de cafeeiros de São Paulo, em 1886, em uma década chegassem a 386 milhões. Surgiu o desequilíbrio e a superprodução provocou a baixa dos preços, ocorrendo em 1896 a primeira grande crise. Para reduzir a oferta e melhorar os preços o presidente Getúlio Vargas ordenou a queima de todo o seu estoque e erradicou cafezais. Com o tempo, a produção e a exportação do café estabilizaram-se e a partir de 1952 passaram a ter supervisão do Instituto Brasileiro do Café (IBC), extinto em 1990. Foi, então, criado dentro do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) o Procafé (Programa Integrado de Apoio à Tecnologia Cafeeira), por meio de convênio firmado entre o Mapa e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA e o Conselho Nacional do Café – CNC, através do qual os técnicos eram alocados nas cooperativas e associações de cafeicultores. Esse convênio vigorou por dez anos até que o Ministério transformou seus engenheiros agrônomos em fiscais federais agropecuários. Com o esvaziamento do corpo técnico, criou-se em 2001 a Fundação Procafé voltada à pesquisa e difusão de tecnologia, a qual sucedeu o Procafé (Programa Integrado de Apoio à Tecnologia Cafeeira)[1].